São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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Recusa pode prejudicar profissional

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Falta de coragem. Para muitos, é essa a impressão que o profissional deixa quando se recusa a assumir um cargo mais alto.
O engenheiro industrial Francisco Dominguez, 47, é um dos que cogitam poder ter deixado essa imagem quando se recusou a trocar o posto de gerente de projetos pela diretoria de uma empresa de sistemas e bens de capital.
A desistência aconteceu na reta final do processo seletivo. Na penúltima entrevista, lembra Dominguez, um dos diretores afirmou que o contratado deveria pensar 24h na empresa. "De repente, [o entrevistador] disse: "Hoje, por exemplo, faço 27 anos de casado e não sei se vou jantar em casa"."
Não quis participar da última etapa. "Trabalho bastante, mas é fundamental brincar com meus filhos e ficar em família."
Para a professora de gestão de pessoas da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Fátima Motta, não é falta de ambição que causa a recusa dos cargos de chefia.
"São pessoas que tiveram coragem de recusar uma promoção, que têm autoconhecimento para saber que caminho profissional querem traçar."
Segundo Motta, as pessoas "sentem-se atraídas por um alto cargo, o que abrange mais status, benefícios, poder e dinheiro".
"É preciso ter honestidade consigo para escolher uma posição que respeite seus valores", afirma.
Para o professor Joel Dutra, da FIA, "a maior parte [das firmas] pune quem não aceita promoção". "O empregado não é demitido, mas preterido."


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