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Recusa pode prejudicar profissional
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Falta de coragem. Para
muitos, é essa a impressão
que o profissional deixa
quando se recusa a assumir um cargo mais alto.
O engenheiro industrial
Francisco Dominguez, 47,
é um dos que cogitam poder ter deixado essa imagem quando se recusou a
trocar o posto de gerente
de projetos pela diretoria
de uma empresa de sistemas e bens de capital.
A desistência aconteceu
na reta final do processo
seletivo. Na penúltima entrevista, lembra Dominguez, um dos diretores
afirmou que o contratado
deveria pensar 24h na empresa. "De repente, [o entrevistador] disse: "Hoje,
por exemplo, faço 27 anos
de casado e não sei se vou
jantar em casa"."
Não quis participar da
última etapa. "Trabalho
bastante, mas é fundamental brincar com meus
filhos e ficar em família."
Para a professora de gestão de pessoas da ESPM
(Escola Superior de Propaganda e Marketing) Fátima Motta, não é falta de
ambição que causa a recusa dos cargos de chefia.
"São pessoas que tiveram coragem de recusar
uma promoção, que têm
autoconhecimento para
saber que caminho profissional querem traçar."
Segundo Motta, as pessoas "sentem-se atraídas
por um alto cargo, o que
abrange mais status, benefícios, poder e dinheiro".
"É preciso ter honestidade consigo para escolher uma posição que respeite seus valores", afirma.
Para o professor Joel
Dutra, da FIA, "a maior
parte [das firmas] pune
quem não aceita promoção". "O empregado não é
demitido, mas preterido."
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