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No mesmo degrau
Firmas criam planos de carreira para área técnica
Roberto Assunção/ Folha Imagem
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O gerente de sistemas de desenvolvimento Carmo Luiz, que foi da área técnica para a gerencial |
Trajetória em Y é estratégia usada para a retenção de colaboradores
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há empresas que romperam
a barreira entre a ascensão profissional e os cargos gerenciais.
Nelas, é possível desenvolver
uma carreira em Y, em que podem ser galgados degraus em
área técnica ou administrativa.
"É uma estratégia de retenção de especialistas, que permite que um técnico possa ganhar
mais que um diretor", descreve
Willian Bull, consultor de recursos humanos da Mercer.
Bull explica que, em geral,
trata-se de firmas cujos profissionais são difíceis de ser encontrados no mercado de trabalho. "Eles crescem na carreira e recebem salário maiores
sem partir para o gerencial."
Foi essa a estratégia adotada
pelo Grupo Telemar (telefonia)
em outubro do ano passado.
Consultores e equipe de RH
mapearam áreas estratégicas
para a empresa e desenvolveram um plano de carreira em Y.
Foram criados três níveis para o cargo de analista, além dos
postos de especialista e de consultor -o ápice da carreira.
Hoje, segundo o gerente de
planejamento de RH Marcos
Aurélio Mendes, 1% dos 7.500
funcionários são consultores.
Mendes informa que não há
uma cota pré-definida para os
cargos. "O que vai definir a ascensão do profissional é a necessidade da organização."
"Muitas empresas não pensam em carreira em Y e "matam" os profissionais porque
eles só podem crescer em status e em remuneração ao aceitar o cargo administrativo", assinala o professor de recursos
humanos da FGV (Fundação
Getulio Vargas) Sérgio Amad.
Áreas específicas
Apesar de já fazer parte das
políticas de RH de algumas empresas, a carreira em Y ainda
está concentrada em setores.
"É mais comum em empresas
de tecnologia, software e telecomunicações", explica Amad.
A Orbitall (processamento
de meios de pagamento) é uma
das que adotaram essa estratégia para a retenção de técnicos.
"É o colaborador que define
com o gestor seu plano de carreira", salienta a diretora-
adjunta para a área de desenvolvimento da empresa, Eliana
Frade, acrescentando que a remuneração é feita conforme a
expertise do profissional.
Na empresa há 32 anos, o gerente de sistemas Carmo Luiz,
54, conhece os dois braços da
carreira em Y. Começou como
encarregado e subiu para supervisor, mas, em 1986, foi convidado a migrar para a área de
desenvolvimento de sistemas.
"Quando estou na área técnica, tenho satisfação em relação
à parte pela qual fui responsável. Quando vou para a gerencial, a satisfação é pelo todo."
Há oito anos, decidiu voltar
ao cargo de gerente. Fez cursos
de negociação e gerenciamento
de projetos antes de assumir.
Mas diz que há um período de
adaptação. "Agora tenho outro
desafio, já que não me envolvo
diretamente nos projetos", diz.
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