São Paulo, Domingo, 07 de Fevereiro de 1999
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"Cheerleader" ganha a vida dançando

da Reportagem Local

Elas não jogam nem apitam as partidas, mas tiram do mais popular esporte brasileiro seus empregos. As "cheerleaders" (animadoras de torcida), que nos EUA são uma atração fixa nos eventos esportivos, já são o destaque dos intervalos dos jogos dos Campeonatos Paulista e Brasileiro.
Com o objetivo de aumentar o poder de atração dos jogos -ou seja, fazer com que fossem um programa mais completo, com outros eventos além da partida-, a Federação Paulista de Futebol decidiu, em 1997, formar um grupo de "cheerleaders" que fizesse shows nos intervalos dos jogos.
Hoje a equipe já conta com 100 meninas cadastradas, das quais 60 trabalham com mais frequência.
Assim como o salário das jogadoras, o das "cheerleaders" também é variável e depende muito de patrocinador. Elas ganham cerca de R$ 60 por apresentação, mas, quando uma empresa fecha um contrato exclusivo, o ganho é mensal e, na maioria das vezes, maior.

Teste de dança
Segundo Viviane Freire, coordenadora da equipe, durante o Campeonato Paulista acontecem de três a quatro apresentações por semana, assim como no Brasileiro.
São feitos dois recrutamentos por ano. Para entrar no time, é preciso ter um bom preparo físico, beleza, talento para a dança e idade superior a 18 anos.
Na época dos torneios mais importantes, a equipe treina diariamente. As coreografias são variadas e vão do funk ao axé.
Para entrar na equipe das "cheerleaders", Vanessa Fusco, 18, fez teste de dança e teste prático, ou seja, apresentações nos jogos, para que verificassem qual seria o seu comportamento diante da torcida.
"Danço desde pequena e sei que tenho essa habilidade. E misturar a dança com o futebol é demais porque os torcedores ficam loucos. E todos, dentro de um estádio enorme, levantam para aplaudir."
Para Vanessa, é um trabalho que exige cuidado porque é preciso treinar muito, cumprir os horários e manter-se "na linha", sem descuidar da beleza e do corpo.
Quanto aos possíveis desrespeitos verbais da torcida, Vanessa diz não se incomodar. "Danço para quem quer me ver, me elogiar. Se alguém fala alguma barbaridade, olho para o lado e me concentro em dançar para os torcedores que estão felizes em me ver."

Recrutamento: tel. 253-0944.


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