UOL


São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PENDURANDO O CAPACETE

Crise no setor produtivo estimula migração para bancos

Companhias do setor financeiro mantêm profissional bem cotado

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A absorção de engenheiros pelo mercado financeiro já é fenômeno corriqueiro nos Estados Unidos. No Brasil a moda é recente, mas segue o mesmo caminho rumo à consolidação da prática.
Para o ex-ministro do Trabalho Walter Barelli, esse movimento no mercado de trabalho pode ser entendido como um reflexo da atual conjuntura. "Enquanto não houver crescimento na economia, não teremos grandes obras públicas, o que significa que a indústria da construção não crescerá."
O secretário do Trabalho da Prefeitura de São Paulo, Márcio Pochmann, avalia que o desaquecimento no setor de construção civil também ajuda a entender a migração de muitos engenheiros para as finanças. "A indústria se retraiu nas últimas décadas."
Hoje existem cerca de 754 mil engenheiros registrados no Brasil, segundo os cadastros do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) e do Ministério do Trabalho.
Como nem as linhas de produção nem o setor financeiro juntos conseguem absorver tanta mão-de-obra, a migração desses profissionais se estende também às áreas comerciais e de vendas.
É o caso de Paulo Dessen Siqueira Brito, 25, engenheiro eletricista, que atua na área de vendas na GE Sistemas Industriais (fornecedora de equipamentos para a indústria e para concessionárias de distribuição de energia).
Para vender, diz, o conhecimento técnico é essencial, mas não basta. "Na faculdade, não estudei nada de marketing nem de administração. Aprendi na prática, acompanhando os vendedores."
Para ele, o diferencial do engenheiro é saber identificar a raiz dos problemas. "É uma forma de pensar muito valorizada por quem contrata", completa.


Colaborou Bruno Lima


Texto Anterior: Salários altos recompensam troca de posto
Próximo Texto: Grupo descreve "engenheiro do futuro"
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.