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Tese atrela mazelas à privatização
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Entre especialistas consultados pela Folha há um
consenso: a reabilitação
profissional foi desmantelada como parte do processo que pretendia privatizar a Previdência Social.
Essa é a conclusão, por
exemplo, da doutora em
saúde coletiva Mara Alice
Batista Conti Takahashi.
Ela explica que, em 1996,
havia uma proposta de a
Previdência entregar a administração do seguro-acidente de trabalho a
seguradoras ou a empresas sem fins lucrativos. As
firmas recolheriam de 1%
a 3% da folha de pagamento, de acordo com o nível
de risco a que os funcionários estariam submetidos.
Para ela, a proposta não
foi implantada devido à
oposição de movimentos
sociais e de parlamentares. "Mas os efeitos não foram evitados na reabilitação", afirma Takahashi,
que pesquisou o assunto
para sua tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Unicamp.
Houve "supressão das
atividades terapêuticas
multidisciplinares e sua
substituição pelo atual
Reabilita, um subprograma da perícia médica que
exerce funções de regulação econômica na agilização das altas de benefícios
para retorno ao trabalho",
aponta o estudo.
Para o presidente do
Instituto dos Advogados
Previdenciários, Hélio
Gustavo Alves, 32, a idéia
de privatização persiste.
"O governo quer acabar
com a Previdência, não
quer assumir essa responsabilidade [da reabilitação], quer privatizá-la",
declara. "A Previdência
faz parte do processo de
desnacionalização das firmas para favorecer grandes grupos", completa o
advogado previdenciário
Antonio Rebouças.
(CA)
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