São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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Ex-funcionários afirmam ter sido humilhados

DA REPORTAGEM LOCAL

Fortes cobranças e o que ela classificou de humilhações levaram a ex-operadora de telemarketing Márcia Oliveira, 41, a emagrecer 14 kg em seis meses.
"Brincadeiras" como bater na cabeça e nas costas dos funcionários com um martelinho de plástico com buzina na ponta a constrangiam. "Os outros riam da nossa cara. O supervisor batia e falava: "Vende, vende"."
Desde a época em que atuou na firma, em 2002, Oliveira luta contra a depressão, que, segundo ela, piorou depois que seu supervisor a assediou moralmente, deixando-a, por exemplo, de "castigo" em uma salinha de descanso por uma semana aguardando que seu pedido de mudança de área fosse atendido. Hoje, tem dificuldade até para sair de casa. "Às vezes, levo minha mãe comigo. Se alguém grita, perco o controle."
Anderson Moraes, 24, por sua vez, transformou sua experiência em call centers no projeto de um curta-metragem. Um dos temas abordados no filme intitulado "A Vida por um Fio" é o "último dia de meta".
Era justamente esse prazo para alcançar a meta de vendas que afligia Arlete Sandra Maielli. "Uma vez, a meta não foi alcançada, e o supervisor bloqueou a porta para ninguém sair." Ela, que diz ter sofrido de depressão na época em que era operadora, conta que a cobrança era tal que, certa vez, após pedir para ir ao banheiro, foi surpreendida: "A supervisora bateu na porta para que eu voltasse ao trabalho".



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