São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alto escalão sofre cobrança ainda maior

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Embora apareçam mais usualmente entre os jovens, vícios de linguagem e erros gramaticais não são exclusividade deles. Chefes também erram -e muito.
No preenchimento de relatórios, por exemplo, é comum encontrar muitas falhas de linguagem (leia no quadro ao lado).
Segundo a professora de português Carla Zindel, que ministra aulas para profissionais de todas as áreas, é na hora de redigir textos -de um formulário técnico a um simples e-mail- que os empresários "percebem que o português está fazendo falta".
Um lapso à primeira vista inofensivo -como escrever "haja visto nossos esforços" em vez da forma correta "haja vista nossos esforços"- pode até prejudicar a imagem do profissional se o leitor perceber a falha cometida.
"A pressão para não cometer erros é muito grande sobre quem ocupa um cargo de gerência ou de diretoria. A maneira como a pessoa se expressa demonstra o seu nível cultural", afirma Zindel.

Diplomados
Diplomas acadêmicos também não são necessariamente sinônimo de grandes conhecimentos. A também professora Laurinda Grion, que se especializou em cursos de português para secretárias e executivos, calcula que 90% dos seus alunos têm curso superior, às vezes até MBA (especialização em administração), e isso não evita problemas de comunicação e de raciocínio lógico.
"Não dá para ensinar alguém a escrever perfeitamente em um curso de dez horas, mas mostramos como evitar os erros e os clichês mais comuns", afirma.
Para quem acha que um curso de português é vacina contra todas as dificuldades do idioma, Grion lembra que "errar é inevitável". "A preocupação que devemos ter é a de errar menos."

Texto Anterior: Português Fluente: Profissional não fala a língua do mercado
Próximo Texto: Para ir à frente, candidatos voltam à escola
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.