São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

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PORTUGUÊS FLUENTE

Para ir à frente, candidatos voltam à escola

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Procurar aulas de português -mesmo depois de ter cursado uma graduação- já não é visto como motivo de "constrangimento" pelos candidatos, mas como "diferencial" no mercado.
A estudante Judith da Silva, 17, por exemplo, fez cursos de expressão verbal e de gramática para aumentar suas chances de emprego, mesmo sem o incentivo dos amigos. "Eles dizem que é besteira estudar português, que não será usado para nada. Preferem fazer informática ou inglês."
O universitário Tiago Lourenço Bizarrias, 20, diz que aprendeu o valor da língua portuguesa da pior maneira: errou na conjugação em uma entrevista. "Soltei um "a gente fomos"." Reprovado, agora planeja estudar mais.
Erro parecido cometeu João Ricardo Oliveira, 23. "Já falei coisas como "entrar para dentro", "descer para baixo" e gírias do cotidiano."
Quem já está empregado também pode recorrer a cursos, mas para manter o emprego. É o caso de Jandira Carvalho, pós-graduada, que ouviu o chefe lhe dizer que "precisava melhorar o texto". Para tanto, voltou a estudar.
O corretor Ricardo Tomo, 40, recorreu a aulas específicas para melhorar a comunicação por escrito. "É difícil elaborar as propostas de seguros. Um bom texto traz resultados melhores", diz.
A assistente de diretoria Inge Elster, 37, que fala alemão e inglês com fluência, voltou à escola para reciclar o português. "Não adianta falar outros idiomas e esquecer o próprio", afirma.
Alessandra Paula Monteiro, responsável pela comunicação interna de uma concessionária, conta que geralmente pede a outros funcionários que elaborem os textos mais formais do dia-a-dia. Agora, cursa aulas de português para desempenhar a função: "É ruim depender dos outros para fazer esses trabalhos".

Ortografia
O Nube, que recruta estagiários, aplica um ditado de 30 palavras nos testes de seleção. Segundo o diretor Seme Arone Júnior, é comum haver de dez a 20 vocábulos errados por prova (leia as palavras "difíceis" no quadro abaixo).
Maria Cristiane dos Santos, estudante, passou por testes desse tipo em seleções e começou a se preocupar com o domínio do próprio idioma. Depois de "sofrer" com a falta de clareza para se expressar em entrevistas de emprego, entrou para um curso especializado para se aprimorar.


ONDE ENCONTRAR
LIVROS
: "400 Erros que os Executivos Cometem ao Falar e Redigir", ed. Edicta; "Como Escrever Melhor", ed. Publifolha; "Inculta e Bela vols. 1, 2 e 3", ed. Publifolha; "Língua Viva", ed. Rocco; "Manual de Redação para Executivos", ed. Madras
SITES: www.gramaticaonline.com.br; www.terra.com.br/sualingua; www.uol.com.br/folha/fovest /gramatica.shtml; www.uol.com.br/linguaportuguesa



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