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GUIA DO PRIMEIRO EMPREGO
Exigência cresce e barra 'desqualificado'
free lance para a Folha
e da Reportagem Local
Não tem sido fácil para muitas
empresas preencher todas as vagas
de estágio e trainee. O motivo: falta
de candidatos que atendam às exigências feitas atualmente.
Segundo os recrutadores, as
companhias estão ficando cada vez
mais seletivas, mas a formação da
maior parte dos estudantes não
acompanhou essa evolução.
De acordo com Mônica Farah
Kotait, 37, supervisora de recrutamento e seleção do CIEE (Centro
de Integração Empresa-Escola), na
área há 11 anos, hoje é preciso garimpar muito para encontrar estagiários que satisfaçam todos os requisitos pedidos pelas empresas.
"De quatro anos para cá, está havendo um descompasso tão grande entre as exigências e a formação
dos candidatos que a seleção não
se resume mais a conhecimentos
de idiomas e informática."
Problemas de linguagem
Segundo Mônica, em alguns casos, os candidatos acham que são
melhores do que a vaga oferecida,
superestimando-se. Em outros,
existiria uma falta de comprometimento por parte dos estudantes.
"Um dos maiores problemas dos
candidatos são os erros de linguagem, problema que deveria ter sido resolvido no segundo grau."
Para Gilberto Lara, 49, diretor de
recursos humanos da Rhodia, o
conhecimento dos jovens de hoje é
restrito, mas essa deficiência é superada em outros aspectos, como
no perfil empreendedor, na agilidade, na facilidade de buscar informações e na criatividade.
"Pode-se dizer que, no conceito
tradicional de formação, o jovem
está fraco, mas que, considerando
as novas exigências, ele supera as
expectativas. Ele tem uma necessidade de crescimento rápido."
Perfil procurado
Para chegar ao processo de seleção com chances reais de ganhar
uma vaga, o principal caminho é
investir na própria formação.
Dominar inglês e informática
(como MS Office e Internet) é item
básico. Hoje as grandes empresas
já exigem conhecimentos de dois
ou três idiomas. Além disso, procuram profissionais com um bom
conhecimento de generalidades.
"Mas não adianta apenas um
bom nível cultural, o candidato deve ser um multiespecialista e conhecer profundamente outras
áreas que não a dele", diz Valdir
Scalabrin, 34, diretor de operações
da Top Services, empresa de consultoria, recrutamento e seleção.
A capacidade de aprendizagem e
o relacionamento interpessoal
também contam muito hoje.
"A parte técnica é ensinada. Para
ganhar uma vaga não importa a faculdade, mas sim os valores de cada um", diz Cláudio Vicente, 42,
consultor de RH da Ericsson.
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