|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Emprego leva estudante a usar cocaína
DA REPORTAGEM LOCAL
"Antes de começar a trabalhar lá, eu era careta.
Depois, passei a cheirar
cocaína." Essa é a lembrança da estudante Fernanda Ubatuba, 22, de seu
emprego como vendedora
em um shopping, aos 16.
No primeiro ano, apenas observava o gerente
cheirar cocaína na loja.
Até provar. "Fumava maconha todos os dias. Também cheirava cocaína."
Segundo ela, os clientes
não percebiam que parte
da equipe estava sob o
efeito de narcóticos. "O
chefe só pediu para tomar
cuidado depois de fumar
maconha porque ficava
com os olhos vermelhos."
"Chegou ao ponto de eu
receber dos colegas um
papelote de cocaína de
aniversário", exalta-se.
Mesmo precisando do dinheiro para pagar suas
contas, decidiu abandonar
o trabalho. "Nos meses seguintes, chorava muito."
Dois meses depois, no
entanto, estava empregada como secretária em um
escritório, de onde saiu
um ano depois, quando já
havia sido promovida a secretária de diretoria.
"Não me arrependo de
nada daquele período." E
acrescenta: "Não tive queda de rendimento no trabalho porque [o uso de
drogas] durou pouco. Mas
é questão de tempo. Elas
comprometem a atenção,
a prioridade que damos às
coisas e o amor próprio".
Da equipe, teve notícias
há pouco tempo. "Estava
trabalhando em um evento e vi alguns deles. Estavam drogados", conta. O
gerente estava junto. "Fiquei sabendo que ele foi
demitido por causa das
drogas, logo depois que
pedi demissão. Esqueceu
de fazer um depósito. Ele
não conseguia mais fazer
algumas tarefas que demandavam atenção."
Texto Anterior: Colegas e superiores têm regras para dar auxílio a dependente Próximo Texto: Livros: Persuasão é essencial no mercado de trabalho, diz professor do Iese Índice
|