São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Emprego leva estudante a usar cocaína

DA REPORTAGEM LOCAL

"Antes de começar a trabalhar lá, eu era careta. Depois, passei a cheirar cocaína." Essa é a lembrança da estudante Fernanda Ubatuba, 22, de seu emprego como vendedora em um shopping, aos 16.
No primeiro ano, apenas observava o gerente cheirar cocaína na loja. Até provar. "Fumava maconha todos os dias. Também cheirava cocaína."
Segundo ela, os clientes não percebiam que parte da equipe estava sob o efeito de narcóticos. "O chefe só pediu para tomar cuidado depois de fumar maconha porque ficava com os olhos vermelhos."
"Chegou ao ponto de eu receber dos colegas um papelote de cocaína de aniversário", exalta-se. Mesmo precisando do dinheiro para pagar suas contas, decidiu abandonar o trabalho. "Nos meses seguintes, chorava muito."
Dois meses depois, no entanto, estava empregada como secretária em um escritório, de onde saiu um ano depois, quando já havia sido promovida a secretária de diretoria.
"Não me arrependo de nada daquele período." E acrescenta: "Não tive queda de rendimento no trabalho porque [o uso de drogas] durou pouco. Mas é questão de tempo. Elas comprometem a atenção, a prioridade que damos às coisas e o amor próprio".
Da equipe, teve notícias há pouco tempo. "Estava trabalhando em um evento e vi alguns deles. Estavam drogados", conta. O gerente estava junto. "Fiquei sabendo que ele foi demitido por causa das drogas, logo depois que pedi demissão. Esqueceu de fazer um depósito. Ele não conseguia mais fazer algumas tarefas que demandavam atenção."


Texto Anterior: Colegas e superiores têm regras para dar auxílio a dependente
Próximo Texto: Livros: Persuasão é essencial no mercado de trabalho, diz professor do Iese
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.