São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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Adotar plano objetivo facilita crescimento

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Aonde quero chegar daqui a cinco ou dez anos? Como a responsabilidade pelo planejamento da carreira está nas mãos dos profissionais, e não mais sob tutela das empresas, a recomendação dos consultores é que cada um faça um plano claro que tenha a ver com suas aspirações de vida.
Para isso, é necessário uma boa dose de autoconhecimento. "Em primeiro lugar, cada um deve fazer uma análise profunda de seus desejos e de suas ambições na vida pessoal", explica Sofia Esteves do Amaral, sócia-diretora da consultoria DM Recursos Humanos.
A valorização do crescimento vertical a todo custo, sem importar a satisfação pessoal e profissional, é uma tendência que vai perdendo força entre os executivos.
"Nem todos querem atingir o nível mais alto. Há profissionais, por exemplo, que preferem um crescimento horizontal, numa posição mais intelectualizada, e isso não significa falta de ambição", afirma José Antônio Rosa, consultor da Manager.
O importante, para os mais ambiciosos, é traçar metas para cada uma das etapas da corrida por um cargo melhor. "Para um recém-formado que pretende chegar ao nível de gerência, um prazo médio para alcançar a meta traçada é de cinco anos", estima Mozart Langbeck, gerente sênior da Deloitte Touche Tohmatsu.

Maturação
Mirar o posto desejado e verificar quais habilidades técnicas e pessoais são exigidas para tal função é o caminho aconselhado pelos especialistas. Nessa fase, a capacitação acadêmica e a preocupação com a técnica assumem papel fundamental.
Depois de alcançar o cargo de gerente, a ascensão vertical fica um pouco mais difícil e, então, muitos executivos passam a buscar o chamado crescimento horizontal. "Nesse momento é importante circular por diversas áreas que ajudem a acumular experiência", explica Langbeck.
Um tempo recomendável para o executivo permanecer no nível de gerência é de aproximadamente cinco anos. Após esse período, os mais ambiciosos devem começar a pensar em cargos de diretoria e presidência. Mudar de companhia faz parte dessa fase.
Como algumas empresas estão colocando executivos jovens em cargos do topo da hierarquia, é razoável traçar um plano de chegar ao nível de diretoria após dez ou 15 anos da entrada na empresa.

Tempo certo
A ascensão muito rápida pode trazer algumas dificuldades. "Cheguei aonde tinha planejado, mas agora estou pensando em mudar", diz Charles Kirschbaum, 29, administrador de empresas.
Formado em administração pela Eaesp-FGV, ele conseguiu crescer ao trabalhar em uma consultoria empresarial norte-americana, a Bain, primeiramente no escritório de São Paulo. Na consultoria, teve a oportunidade de cursar um MBA na Wharton School, nos Estados Unidos.
Depois do MBA foi trabalhar na unidade da Bain de Los Angeles e, em seguida, surgiu um convite para trabalhar em um "private equity" (fundos formados para comprar empresas ou participações em um determinado país ou região), da Advent, com a oportunidade de voltar para o Brasil.
"O tão sonhado emprego na Advent foi se tornando uma experiência decepcionante devido às dificuldades do mercado e ao ambiente estressante próprio da função", afirma Kirschbaum.
Ele saiu da empresa há um mês. "Não sei ainda a direção que vou tomar, mas uma possibilidade que me agrada é ingressar na carreira acadêmica."


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