São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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EMPRESAS DE GRANDE PORTE/MULTINACIONAIS

Flexibilidade é a senha de entrada para as gigantes

Capacidade de suportar alta pressão é essencial, afirmam especialistas

TERCIANE ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ter formação acadêmica diferenciada, inglês fluente e disposição para "apagar incêndios" são requisitos para quem pretende estruturar a carreira em empresas de grande porte.
Mas esse é o "arroz-com-feijão". A crescente competitividade nos negócios -e, por conseguinte, na carreira- sofisticou o perfil dos talentos que as gigantes buscam para crescer.
O candidato ideal deve ter inteligências não-pragmáticas. "É importante apresentar resistência ao estresse, bastante adaptabilidade e paciência", orienta Irene Azevedo, sócia-diretora da Mariaca & Associates, que recruta executivos.
"As corporações estão se tornando multidisciplinares, com vários tipos de negócio", ressalta Francisco Ramirez, sócio e vice-presidente da Fesa, consultoria de recrutamento.
"O executivo da empresa brasileira moderna é alguém com visão mundializada dos negócios, não pode ter percepção paroquial do mercado", diz.
Além de analisar o porte, outros itens ganham importância. "O fato de a empresa ter negócios em outros países e sua natureza de atuação [em aviação] são os fatores que exigem da Embraer um perfil de pessoal diferenciado, empreendedor e comunicativo", esclarece Júlio Franco, vice-presidente de desenvolvimento organizacional e de pessoas da Embraer.
Para o sócio da Korn/Ferry Rodrigo Araújo, quem vai apostar numa carreira em multinacional deve perceber que, com estruturas cada vez mais enxutas, "a liderança se dá mais pela influência do que pelo cargo".
Flávio Giani, 32, que sempre atuou em grandes empresas e não pensa em mudar de ramo, diz estar atento a tudo isso. Há dois meses, foi para o alto escalão do Citibank.
Para ele, a adaptação nas firmas de presença global requer boa dose de paciência e avaliação da cultura organizacional. "Elas exigem alto nível de comprometimento, mas oferecem metas claras e oportunidades."
O executivo pondera: "Alguém apto a inovar talvez não encontre respaldo onde a capacidade de evitar rupturas significativas ou rápidas mudanças de direção pesem muito".


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