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MELHORES ESTÁGIOS
Projeto prevê férias e jornada menor
Proposta de lei aprovada pelo Senado também quer garantir auxílio financeiro ao estudante
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como os estudantes, as regras dos programas de estágio
também passam por um período em que mudanças estão
prestes a acontecer.
No início do mês, o Senado
aprovou um substitutivo ao
projeto de lei que regulamenta
o estágio e traz novas normas.
Ele ainda será avaliado na Câmara dos Deputados, e a intenção do governo é que o texto seja submetido à aprovação do
presidente Lula até dezembro.
Entre outros pontos, o projeto determina jornada diária de
seis horas e férias de 30 dias
após um ano.
As mudanças causam polêmica no meio empresarial. "Essa lei é uma grande bobagem.
Você coloca tantas regras que
as empresas diminuem a oferta
de vagas de estágio", afirma José Tolovi Jr., presidente da
Great Place to Work. "O governo deveria dar incentivo às empresas exemplares."
"A redução da carga horária é
um avanço. Vamos evitar problemas com a fiscalização do
trabalho e, com isso, os empresários vão se sentir mais seguros para contratar", rebate Carlos Henrique Mencaci, presidente da Abres (Associação
Brasileira de Estágios).
Ele comemora também o recesso de 30 dias previsto na lei.
"Depois de um período de estresse, o rendimento estudantil
ou profissional fica comprometido. É importante descansar."
Mencaci faz uma ressalva ao
trecho que limita o número de
estagiários de ensino médio a
20% do quadro de funcionários
nas empresas que tenham mais
de 25 empregados. "Isso pode
gerar uma perda de cerca de
100 mil postos de estágio."
Nesse caso, agravaria o quadro pintado com números da
Abres. Segundo a associação, a
demanda por vagas de estágio é
quatro vezes maior do que a
oferta no Brasil.
Hoje há 650 mil jovens estagiando em nível superior (para
4,5 milhões de estudantes) e
350 mil nos ensinos médio e
técnico (contra 9 milhões nos
bancos escolares).
Mudança na escola
A professora Tania Casado,
coordenadora acadêmica de estágios da FEA-USP (Faculdade
de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade
de São Paulo), acredita que, se
aprovada, a lei estenderá a outras escolas benefícios que têm
alunos de USP, FGV e Ibmec
São Paulo, que criaram regras
para os estágios deles.
O substitutivo do projeto de
lei prevê igualdade de condições entre estágios obrigatórios e optativos, o que deverá
impor, segundo Mencaci, uma
dificuldade a várias escolas.
"Será exigido que todo estágio tenha projeto pedagógico,
seja ele obrigatório ou não. Será
uma correria para as instituições se adaptarem", avalia.
Para as empresas que têm
bons programas de estágio não
haverá dramas. "Estamos superajustados [com o projeto]",
afirma Raphaela Machado,
analista de RH da Promon, onde o plano de estágio é traçado
entre o estudante e um supervisor. "Parece muito interessante. Vai dificultar o uso de
mão-de-obra barata." (RGV)
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