DORAILSON ANDRADE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Qualquer pessoa que esteja no mercado de trabalho certamente já ouviu falar no assunto "remuneração variável". Muitas até conhecem de perto essa modalidade de salário.
De fato, de nova ela não tem nada. Apesar de estar vigorando no Brasil, principalmente nas grandes empresas, há pelo menos dez anos, não está ultrapassada. Ao contrário, continua na berlinda.
Em se tratando de salário, a maior tendência entre as empresas para os próximos dois anos é rever os planos de remuneração variável. É fácil entender por quê.
O profissional que o mercado busca hoje é bem mais complexo. Precisa ser dinâmico, arrojado, inovador, empreendedor, ter visão de negócios e, ainda por cima, gostar de desafios e de riscos.
Mas, convenhamos, quem reúne todas essas características demanda um tratamento especial: remuneração diferenciada e objetivos claramente definidos.
Só que, desde que surgiu o salário variável, sua distribuição tem sido feita, em boa parte dos casos, de uma forma socialista, igualitária. Isso resulta em situações injustas e desmotivadoras, em que pessoas com desempenho muito bom recebem a mesma compensação que pessoas com desempenho apenas bom ou até fraco.
Finalmente as empresas vêm percebendo que estão perdendo gente boa, ou deixando de atrair, justamente por essa razão.
Por isso a idéia agora é priorizar um novo desenho de remuneração variável, que gere estímulo, alavanque resultados e reconheça as diferenças de desempenho.
O primeiro passo é rever indicadores (lucros, crescimento, produtividade etc.) e alinhá-los à estratégia de negócios. Outro ponto é a necessidade de controle de custos. Com isso, as possibilidades e as frequências de promoções diminuem muito, o que não deixa ninguém mais feliz.
Qual a saída para motivar e aumentar o compromisso das pessoas? É caprichar no salário variável e distribuí-lo, realmente, conforme o desempenho de cada um.