São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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GESTÃO DO TEMPO

É possível chegar ao topo e ver os filhos crescerem?

WINSTON PEGLER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Muitos executivos cometem um terrível engano ao mensurar seu desempenho pelo número de horas que trabalham. Sucesso hoje pode ser avaliado pelo tempo que se gasta fazendo exatamente o que se quer fazer. Ou seja, é preciso sobrar tempo para que o indivíduo tenha vida fora do trabalho, social, familiar ou com lazer.
Se você é daqueles que trabalham mais de 15 horas por dia, cujos subordinados reclamam de que faz tudo e não deixa ninguém crescer, cuja família sente sua ausência e, se você já chegou àquela fase de desejar "bom trabalho" para o guarda-noturno por ser o último a sair da empresa, é porque algo profundamente errado está acontecendo em sua vida ou na forma como organiza o tempo.
Gasta-se muito tempo desnecessário, mais de 40% do total diário, em atividades que poderiam ser perfeitamente delegadas. Hoje aquele que atua de forma centralizadora, que faz tudo, não é o ideal para a empresa nem justifica o salário para o que é pago: tomar decisões estratégicas para o negócio.
Ninguém é insubstituível. O mais recomendável ao executivo é ter uma equipe composta de pessoas motivadas e capazes de instrumentalizar as decisões.
Antes que acabe virando "hóspede de cemitério" por trabalhar mais do que seu corpo é capaz de suportar, convém otimizar o seu tempo de forma racional.
A primeira solução é simples: criar uma estrutura em que todas as funções estão perfeitamente distribuídas. Um organograma bem-feito, que determine o que cada um deve fazer e receber por isso, resolveria perfeitamente o problema. Chamamos esse procedimento de PHD (Processo de Hierarquia Decisória).
Feito isso, o próximo passo é eliminar de seu cotidiano tarefas que exigem um poder de decisão menor que aquele pelo qual foi pago para executar. Perde-se muito tempo com burocracias que não fazem parte da função de um executivo. Que tempo sobra, então, para as decisões?


Winston Pegler é presidente da consultoria Ray & Berndtson



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