São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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Assédio moral exclui trabalhador

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De janeiro a junho deste ano, a DRT-SP (Delegacia Regional do Trabalho) recebeu 205 denúncias de trabalhadores que disseram sofrer discriminação.
Um de seus tentáculos, apontam os dados, revela-se por meio de assédio moral -o que motivou 190 denúncias no período.
São casos como o da telefonista M.A.R., 47, que ficou afastada do trabalho por 18 meses devido a uma tendinite adquirida no trabalho em uma metalúrgica de Embu das Artes, na Grande São Paulo.
Ao retornar, a empresa determinou que ela organizasse o arquivo morto, localizado em um galpão desativado. "Havia fezes de rato, ninho de pombo, muita poeira. Colocaram-me para trabalhar na sujeira", descreve ela, que conta ter sido afastada dos demais funcionários. "Não podia ir à fábrica nem para levar documentos", lembra a telefonista, que move ação contra a empresa.
No Estado de São Paulo, houve 69.558 admissões de pessoas com deficiência entre 2001 e julho de 2007. Apesar disso, esses trabalhadores ainda convivem com discriminação no trabalho -às vezes, antes de iniciá-lo.
A bancária Márcia (nome fictício), 46, não enfrentou problemas na hora da contratação, mas, desde que foi admitida, não pode trabalhar em condições apropriadas.
Ela tem visão parcial em somente um dos olhos e espera há meses que o banco compre um programa para facilitar a leitura no computador. "Fui contratada só para cumprir cotas", afirma ela, que está com artrose por ter que ficar muito próxima do monitor. "Sinto que não estão nem aí", desabafa. (CA)

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