|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Assédio moral exclui trabalhador
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
De janeiro a junho deste
ano, a DRT-SP (Delegacia
Regional do Trabalho) recebeu 205 denúncias de
trabalhadores que disseram sofrer discriminação.
Um de seus tentáculos,
apontam os dados, revela-se por meio de assédio moral -o que motivou 190
denúncias no período.
São casos como o da telefonista M.A.R., 47, que
ficou afastada do trabalho
por 18 meses devido a uma
tendinite adquirida no trabalho em uma metalúrgica
de Embu das Artes, na
Grande São Paulo.
Ao retornar, a empresa
determinou que ela organizasse o arquivo morto,
localizado em um galpão
desativado. "Havia fezes
de rato, ninho de pombo,
muita poeira. Colocaram-me para trabalhar na sujeira", descreve ela, que
conta ter sido afastada dos
demais funcionários. "Não
podia ir à fábrica nem para
levar documentos", lembra a telefonista, que move
ação contra a empresa.
No Estado de São Paulo,
houve 69.558 admissões
de pessoas com deficiência entre 2001 e julho de
2007. Apesar disso, esses
trabalhadores ainda convivem com discriminação
no trabalho -às vezes, antes de iniciá-lo.
A bancária Márcia (nome fictício), 46, não enfrentou problemas na hora da contratação, mas,
desde que foi admitida,
não pode trabalhar em
condições apropriadas.
Ela tem visão parcial em
somente um dos olhos e
espera há meses que o
banco compre um programa para facilitar a leitura
no computador. "Fui contratada só para cumprir
cotas", afirma ela, que está
com artrose por ter que ficar muito próxima do monitor. "Sinto que não estão
nem aí", desabafa.
(CA)
Texto Anterior: Disputa por trabalho abre brecha para segregação Próximo Texto: Escolha Desigual: Código de ética é primeiro passo contr a discriminação Índice
|