São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESCOLHA DESIGUAL

Código de ética é primeiro passo contr a discriminação

Disseminar regras de igualdade evita desvios de conduta nas empresas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Várias empresas conduzem suas relações com funcionários, clientes e fornecedores com base em códigos de ética e de conduta, que trazem uma série de regras do que é aceito ou rejeitado pela organização. Na maioria deles, a igualdade é um dos fundamentos básicos.
Na avaliação do professor Clóvis de Barros Filho, um código de ética pode servir para evitar problemas jurídicos e moldar relações de trabalho.
"Não há possibilidade de um poder legítimo dentro da empresa sem um discurso ético que seja aceito de maneira consistente pelo grupo", explica.
"A lógica da ética na relação empregador/empregado é de resultados", acrescenta. Nesse pressuposto, o trabalhador que se mostra eficaz tem emprego garantido, independentemente de suas características.
"A melhor forma de combater a discriminação é informar", enfatiza Marcos Valença, o gerente de RH da ArvinMeritor, ressaltando que a ação deve ser seguida pelo código.
A missão é não permitir qualquer forma de discriminação desde a seleção de funcionários, situação vivida por S.S., 54. "Chego até a etapa da entrevista. Quando a pessoa do RH me vê, diz que depois entra em contato", afirma ela, que é doutora em psicologia social.
"Gostam do meu currículo. Mas o paralisado cerebral tem uma imagem diferente." E acrescenta: "As empresas contratam mais cadeirantes. Gostam mais do que é mais próximo do normal, se é que existe o normal".

Imagem
A própria pressão social pode ser responsável por exterminar as ações discriminatórias dentro das empresas.
Segundo o professor de psicologia do trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Roberto Heloani, "há uma forte tendência nas organizações em construir uma imagem de politicamente correta". Para isso, procuram corrigir imperfeições. "A existência de racismo, por exemplo, denunciaria a incoerência entre discurso e prática. "
"Temos crescido mais por trabalhar com essa diversidade", conta a consultora de relações trabalhistas da Santista Têxtil, Fabiana Vasques.
Mas promover um ambiente livre de discriminação não está só ligado à existência de um código escrito. "As empresas são formadas por pessoas. Se forem íntegras em sua conduta, conseqüentemente a empresa será ética", diz o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios, Douglas Linares Flinto. (CA)

Texto Anterior: Assédio moral exclui trabalhador
Próximo Texto: Trabalhador pode recorrer a MPT e TRT
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.