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ESCOLHA DESIGUAL
Código de ética é primeiro passo contr a discriminação
Disseminar regras de igualdade evita desvios de conduta nas empresas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Várias empresas conduzem
suas relações com funcionários, clientes e fornecedores
com base em códigos de ética e
de conduta, que trazem uma
série de regras do que é aceito
ou rejeitado pela organização.
Na maioria deles, a igualdade é
um dos fundamentos básicos.
Na avaliação do professor
Clóvis de Barros Filho, um código de ética pode servir para
evitar problemas jurídicos e
moldar relações de trabalho.
"Não há possibilidade de um
poder legítimo dentro da empresa sem um discurso ético
que seja aceito de maneira consistente pelo grupo", explica.
"A lógica da ética na relação
empregador/empregado é de
resultados", acrescenta. Nesse
pressuposto, o trabalhador que
se mostra eficaz tem emprego
garantido, independentemente
de suas características.
"A melhor forma de combater a discriminação é informar", enfatiza Marcos Valença,
o gerente de RH da ArvinMeritor, ressaltando que a ação deve
ser seguida pelo código.
A missão é não permitir qualquer forma de discriminação
desde a seleção de funcionários, situação vivida por S.S., 54.
"Chego até a etapa da entrevista. Quando a pessoa do RH me
vê, diz que depois entra em
contato", afirma ela, que é doutora em psicologia social.
"Gostam do meu currículo.
Mas o paralisado cerebral tem
uma imagem diferente."
E acrescenta: "As empresas
contratam mais cadeirantes.
Gostam mais do que é mais
próximo do normal, se é que
existe o normal".
Imagem
A própria pressão social pode
ser responsável por exterminar
as ações discriminatórias
dentro das empresas.
Segundo o professor de psicologia do trabalho da Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas) Roberto Heloani, "há uma forte tendência nas
organizações em construir uma
imagem de politicamente correta". Para isso, procuram corrigir imperfeições. "A existência de racismo, por exemplo,
denunciaria a incoerência entre discurso e prática. "
"Temos crescido mais por
trabalhar com essa diversidade", conta a consultora de relações trabalhistas da Santista
Têxtil, Fabiana Vasques.
Mas promover um ambiente
livre de discriminação não está
só ligado à existência de um código escrito. "As empresas são
formadas por pessoas. Se forem
íntegras em sua conduta, conseqüentemente a empresa será
ética", diz o diretor-presidente
do Instituto Brasileiro de Ética
nos Negócios, Douglas Linares
Flinto.
(CA)
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