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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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COMUNICAÇÃO

No marketing, publicitários fogem da concorrência; comunicação corporativa é alternativa para relações públicas e jornalistas

Candidatos apostam em área errada

LARA SCHULZE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Comunicadores que sonham em ser editor, diretor de criação ou diretor de relações corporativas de multinacional podem estar investindo em áreas muito concorridas e com poucas chances.
As profissões de jornalista, publicitário e relações públicas apresentam tendências em diferentes vertentes, não tão almejadas como as descritas acima, mas que possibilitam um rápido crescimento -de três a cinco anos, segundo profissionais ouvidos pela Folha- e bons salários.
A busca de transparência nas empresas e a necessidade de uma comunicação direta com a sociedade fizeram com que o mercado de assessoria de imprensa e de relações públicas crescesse: só na cidade de São Paulo já são cerca de 2.000 escritórios.
O diretor de operação da Ricardo Viveiros Oficina de Comunicação, Marco Antônio Said, 48, diz que uma boa assessoria de imprensa também funciona como agência de notícia, prestando serviço para a mídia, "daí a importância de ter experiência prévia".
No caso dos profissionais de relações públicas, assessorias e consultorias são campos ainda pouco explorados no Brasil. De acordo com o presidente da multinacional Burson Marsteller, Ramiro Prudêncio, 38, no país há cerca de cem assessorias com esse perfil no país, sendo que 50 estão em São Paulo e outras 50 estão pulverizadas em outras regiões.
Para o diretor do Sinprorp (Sindicato dos Profissionais Liberais de Relações Públicas) Wilson Soares, 71, as multinacionais entraram firme no mercado nacional neste ano com a intenção de se aliar ou comprar empresas já estruturadas. "Dessa forma, surgiram oportunidades de emprego."
Prudêncio explica que a atividade cria uma metodologia de diálogo e proximidade com todos os que se relacionam com as empresas contratantes desse serviço. "Criamos um programa de comunicação com o setor público, com as comunidades envolvidas, os acionistas e os investidores."
Estagiários têm um salário inicial de R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00, com a chance de chegar à diretoria e ganhar cerca de R$ 10 mil.

Publicidade
A área de criação das agências é sempre a primeira opção de dez entre dez publicitários. A carreira encanta pelo glamour dos eventos, pelas festas e pela visibilidade que dá ao profissional. Mas a criação não está entre as áreas indicadas para investir atualmente.
O mercado restrito e a grande oferta de publicitários são as dificuldades principais. Segundo o vice-presidente de planejamento e operações da W/Brasil, Ronaldo Gasparini, 49, as pessoas têm de perceber que há outras áreas na publicidade tão importantes e interessantes quanto a criação.
Nos dias atuais, o departamento de marketing tem ganhado mais espaço. "Quem não souber trabalhar com marketing não fará um bom trabalho", afirma o coordenador de pós-graduação da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), Luciano Sathler Rosa Guimarães, 36.
O diretor-executivo do Sindicato Patronal das Agências de Propaganda, Francisco Salles Romeu de Moraes, 59, concorda com as possibilidades de carreiras nessa área. "O marketing está em alta e ter essa visão soma pontos", diz.



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