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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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QUÍMICA

Especializações como cosmética e nanotecnologia apontam que futuro da carreira está na melhoria do desempenho de produtos

Inovação já abre caminho na indústria

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Não existe uma fórmula pronta para ter sucesso na carreira de química. O que existem são áreas consideradas aquecidas, como as indústrias cosmética, petroquímica ou farmacêutica.
A grande descoberta é a nanotecnologia, "que permite a criação de materiais em nanoescala, que é mil vezes menor que a de materiais micro", explica Henrique Toma, 54, chefe do departamento de química da USP (Universidade de São Paulo). "É o futuro de todas as indústrias", prevê.
Na opinião do pesquisador e professor da Universidade Federal do Paraná Aldo Zarbin, 35, essa nova tecnologia vai gerar um impacto "inimaginável" na produção daqui a alguns anos. "Vamos ter aplicação em tudo que se possa pensar, e o mercado de trabalho vai crescer."
Os profissionais que atuam na área reforçam as orientações acadêmicas. "É um ramo do futuro, pois a pesquisa é destinada a aumentar a performance dos produtos", conta Karla Araújo Macian, 36, responsável pela área de novas tecnologias da Natura.

Petróleo e energia
Outro ramo em ascensão é o da indústria petroquímica, segundo Hans Viertler, 63, professor da USP e membro do Conselho Regional de Química de São Paulo.
Há 28 anos na Petrobras, a química Sônia Maria Cabral de Menezes, 51, consultora da gerência da área, diz que os desafios criam novas oportunidades. "Em todas as etapas do processamento do petróleo, precisamos do profissional que entende de química."
Menezes aposta ainda na expansão de novas formas de energia. "Áreas inovadoras, como biocombustível e energias alternativas, têm futuro", avalia.

Beleza e saúde
Que "beleza é fundamental", todos sabem, desde o poeta Vinicius de Moraes. A novidade é que ela se tornou rentável e gera empregos. Para os químicos, cuja função é desenvolver e transformar os produtos, a área representa um potencial campo de atuação.
"Cosmética está entre os segmentos que mais crescem no mercado", observa Mara Augusto, 41, coordenadora de assuntos técnicos e regulatórios da Avon.
Saúde também nunca sai de moda, e as indústrias farmacêuticas representam um campo de trabalho a ser observado.
"Há um grande leque, ainda mais com as crescentes exigências da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]", conta Maria Emilia Milari de Almeida, 35, coordenadora do laboratório de controle químico da farmacêutica Bristol-Myers Squibb.
Em comum, indústrias de todos os setores têm a preocupação ambiental crescente, o que também se traduz em novas oportunidades para o químico.
(ANDREA MIRAMONTES)


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