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Boiando no escuro

Você paga para não fazer nada: é só entrar no tanque criado por um neurocientista americano e ficar uma hora quieto, sem luz e sem som, relaxando na salmoura

Joel Silva/Folhapress
O personal trainer Diogo Barbieri faz uma sessão no tanque de flutuação, em clínica de São Paulo
O personal trainer Diogo Barbieri faz uma sessão no tanque de flutuação, em clínica de São Paulo

IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO

A experiência tem um quê de ficção científica: você entra em tanque com 650 litros de água a uma altura de 25 cm, fecha a escotilha e passa uma hora como se estivesse no vácuo -sem força da gravidade, som ou luz.

O tanque de flutuação foi criado nos anos 50 pelo neurocientista americano John Lilly. Ele queria pesquisar o que ocorre no cérebro na ausência de estímulos.

O ambiente escuro e silencioso e a água à temperatura do corpo (entre 35ºC e 36ºC), com 350 quilos de sal (para a pessoa nunca afundar), mostraram-se eficazes para induzir ao relaxamento profundo.

As pesquisas científicas de Lilly transformaram-se em um empreendimento comercial: nos anos 70, foi fundada a Samadhi Tank (iluminação ou êxtase, em sânscrito). A empresa produz e vende os tanques para clínicas e spas no mundo todo. O primeiro deles no Brasil chegou há dois meses.

O tanque está sendo procurado por atletas profissionais, estressados e por gente que pega pesado na malhação, como o personal trainer Diogo Barbieri, 30.

"Não tenho o hábito de me alongar, sou todo tenso e 'encurtado'. No tanque, a tensão derrete que nem manteiga na chapa quente", diz ele.

A terapeuta holística Helena Liva Braga, que trouxe o tanque para o Brasil, afirma que os efeitos surgem na primeira sessão (R$ 200, uma hora), mas o ideal é fazer pelo menos três, com intervalos de 15 dias entre as sessões.

MESMO TEMA

"Banho de imersão, hidromassagem ou esse tanque são variações sobre o mesmo tema. A água e a temperatura provocam relaxamento muscular. Uma massagem leve tem o mesmo efeito", compara Antonio Carlos da Silva, chefe do núcleo de fisiologia do exercício da Unifesp.

Terapias na água podem trazer benefícios psicológicos específicos. É comum dizer que elas despertam as sensações de conforto e segurança de um bebê no útero. "A fluidez da água e a ausência de peso corporal fazem a pessoa se soltar", diz o terapeuta corporal Mauricio Bastos, que oferece mais uma das variações sobre o tema em sua clínica em São Paulo.

As sessões de relaxamento na piscina (R$ 170, uma hora) são conduzidas pelo terapeuta, que mistura watsu (shiatsu na água), coreografias aquáticas e técnicas de respiração. Os efeitos esperados são os mesmos dos do tanque: músculos relaxados e paz de espírito produzidos pelo meio líquido.

ONDE ENCONTRAR

Tanque de flutuação:

www.samadhibrasil.com.br

Relaxamento aquático:

www.mauriciobastos.art.br

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