São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2007
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inspire respire transpire

Sem orientação

Pesquisa revela que um em cada sete paulistas que praticam atividades físicas não tem acompanhamento profissional; avaliação médica e auxílio de um professor ajudam a prevenir lesões e outros problemas

FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

O s perigos de praticar atividades físicas de forma inadequada já são bem conhecidos: lesões, fraturas, distúrbios hormonais e mudanças no humor estão entre os efeitos que um exercício malfeito pode gerar.
Mesmo assim, parece que os paulistas vêm se arriscando: um levantamento acaba de revelar que 68% das pessoas que praticam esporte no Estado o fazem sem nenhuma orientação profissional.
A pesquisa foi realizada pela Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a organização não-governamental Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul).
Foram ouvidos, no ano passado, 909 moradores da Grande São Paulo e de cidades do litoral e do interior com mais de 14 anos de idade e que praticavam atividades esportivas.
A falta de cuidados foi maior entre os praticantes do sexo masculino: 74% dos homens se exercitavam sem acompanhamento. Entre as mulheres, o índice foi de 56%.
Apesar de não livrar completamente as pessoas de problemas, um bom auxílio profissional é o primeiro passo para um treino saudável.
Além do professor de educação física, outros profissionais -como médicos, fisioterapeutas e nutricionistas- que tenham especialização na área (em fisiologia do exercício, por exemplo) podem ajudar na hora de adequar a atividade às necessidades de cada um.
Fazer uma avaliação médica antes de começar a se exercitar também é importante. "Muitas vezes a pessoa tem, sem saber, um problema cardíaco, respiratório ou articular que pode se agravar com o esporte", alerta o médico Ricardo Tardelli, diretor estadual de saúde da Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo ele, nesta época do ano é muito comum que os ortopedistas recebam pacientes que aproveitaram as férias de janeiro para começar a se exercitar e, por fazê-lo de forma errada, tiveram tendinites, dores articulares e outros problemas.
"Claro que isso exige o acesso a um profissional qualificado. Mas vale a pena procurar, por conta própria ou via instituições, alguém que possa orientar", afirma.
De acordo com Timóteo Leandro de Araújo, coordenador do Celafiscs, os riscos de se exercitar sem acompanhamento são maiores no caso de exercícios mais intensos. "Se alguém começar a caminhar sem um professor é uma coisa. Já se começar a correr sem orientação pode ter mais problemas."
Ele afirma que, se não for possível conseguir um especialista para orientar, é preciso começar devagar, fazendo exercícios de intensidade leve ou moderada. "Queremos incentivar a prática de esportes, e o receio é que a pessoa não comece enquanto não tiver um profissional. Mas claro que o ideal é ser acompanhado desde o início."


Texto Anterior: Estresse que machuca
Próximo Texto: Corrida - Rodolfo Lucena: Contra o iPod
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.