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Inspire respire transpire
Sem orientação
Pesquisa revela que um em cada sete paulistas que praticam atividades físicas não tem acompanhamento profissional; avaliação médica e auxílio de um professor ajudam a prevenir lesões e outros problemas
FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
O
s perigos de praticar
atividades físicas de
forma inadequada já
são bem conhecidos:
lesões, fraturas, distúrbios hormonais e mudanças no humor
estão entre os efeitos que um
exercício malfeito pode gerar.
Mesmo assim, parece que os
paulistas vêm se arriscando:
um levantamento acaba de revelar que 68% das pessoas que
praticam esporte no Estado o
fazem sem nenhuma orientação profissional.
A pesquisa foi realizada pela
Secretaria de Estado da Saúde
em parceria com a organização
não-governamental Celafiscs
(Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São
Caetano do Sul).
Foram ouvidos, no ano passado, 909 moradores da Grande São Paulo e de cidades do litoral e do interior com mais de
14 anos de idade e que praticavam atividades esportivas.
A falta de cuidados foi maior
entre os praticantes do sexo
masculino: 74% dos homens se
exercitavam sem acompanhamento. Entre as mulheres, o índice foi de 56%.
Apesar de não livrar completamente as pessoas de problemas, um bom auxílio profissional é o primeiro passo para um
treino saudável.
Além do professor de educação física, outros profissionais
-como médicos, fisioterapeutas e nutricionistas- que tenham especialização na área
(em fisiologia do exercício, por
exemplo) podem ajudar na hora de adequar a atividade às necessidades de cada um.
Fazer uma avaliação médica
antes de começar a se exercitar
também é importante. "Muitas
vezes a pessoa tem, sem saber,
um problema cardíaco, respiratório ou articular que pode se
agravar com o esporte", alerta o
médico Ricardo Tardelli, diretor estadual de saúde da Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo ele, nesta época do
ano é muito comum que os ortopedistas recebam pacientes
que aproveitaram as férias de
janeiro para começar a se exercitar e, por fazê-lo de forma errada, tiveram tendinites, dores
articulares e outros problemas.
"Claro que isso exige o acesso
a um profissional qualificado.
Mas vale a pena procurar, por
conta própria ou via instituições, alguém que possa orientar", afirma.
De acordo com Timóteo
Leandro de Araújo, coordenador do Celafiscs, os riscos de se
exercitar sem acompanhamento são maiores no caso de exercícios mais intensos. "Se alguém começar a caminhar sem
um professor é uma coisa. Já se
começar a correr sem orientação pode ter mais problemas."
Ele afirma que, se não for
possível conseguir um especialista para orientar, é preciso começar devagar, fazendo exercícios de intensidade leve ou moderada. "Queremos incentivar
a prática de esportes, e o receio
é que a pessoa não comece enquanto não tiver um profissional. Mas claro que o ideal é ser
acompanhado desde o início."
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