|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ingrediente
Pitanga é rica em vitaminas
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com um sabor inconfundível que oscila
entre o doce e o azedo, a pitanga é nativa
de uma vasta região que começa nas Guianas e vai até o sul do
Brasil. Mas, ainda que a pitangueira seja encontrada em praticamente todo o território nacional, seus frutos ainda são subaproveitados devido à falta de
conhecimento sobre eles.
"Há pouca pesquisa sobre
pós-colheita, ponto de maturação e conservação, até porque o
cultivo ainda não está muito
desenvolvido. A produção é
mais de fundo de quintal, com
exceção de partes do Nordeste,
como Pernambuco", afirma a
pesquisadora Maria do Carmo
Bassols Raseira, da Embrapa
Clima Temperado. Segundo
ela, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) vem trabalhando em análises químicas e seleção de
plantas a fim de possibilitar o
incremento da produção.
Da mesma família da goiaba,
a frutinha tem o nome derivado
do tupi "pi'tãg", que significa
vermelho-rubro. Embora o fruto seja mais conhecido nessa
variação, também pode ser roxo ou quase preto. Além de consumido ao natural, é utilizado
no preparo de polpas e sucos e
na fabricação de sorvetes, refrescos, geléias e licores.
De acordo com o Núcleo de
Estudo em Fruticultura no
Cerrado, da Universidade Federal de Uberlândia, as épocas
de florescimento e frutificação
variam de acordo com a região
de cultivo. No Sul e no Sudeste
do Brasil, as fases podem ocorrer duas ou mais vezes durante
o ano. A floração ocorre normalmente de agosto a dezembro, e a frutificação, de agosto a
fevereiro, podendo ainda ocorrer entre abril e julho.
Rica em vitaminas, principalmente A, a pitanga também pode ser uma aliada no combate
ao câncer. Ainda em fase inicial,
um projeto conjunto da Universidade da Carolina do Sul
(EUA), da Embrapa Clima
Temperado e da Faculdade de
Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul vai avaliar se as antocianinas, os carotenóides e os
fenóis presentes na fruta podem reduzir o processo de disseminação de células cancerígenas no organismo humano.
"Se houver a disponibilidade
da fruta e os resultados das pesquisas mostrarem os benefícios
para a saúde, acredito que o
consumo será incentivado",
afirma a pesquisadora Márcia
Vizzotto.
Texto Anterior: Outras idéias - Wilson Jacob Filho: O tempo é inexorável Próximo Texto: Filé de truta ao molho de pitanga com gengibre Índice
|