São Paulo, quinta-feira, 02 de julho de 2009
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Refrescante, poejo é usado em carnes fortes

JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Da família das mentas, o poejo possui sabor refrescante e é aromático como a hortelã. A erva, nativa da Eurásia, é uma planta rasteira, bastante resistente e que se espalha com facilidade. Também é conhecida como erva-de-são-lourenço e menta selvagem.
O poejo ganhou o nome científico de Mentha pulegium por causa de seu efeito repelente de insetos. No latim, "pulex" significa pulga. Para se livrar das pequenas indesejáveis, costumava-se esfregar as folhas da erva nas roupas e na pele.
Queimar a planta no ambiente infestado também era comum. "Queimando a erva, você espanta a pulga", diz Giuseppina Pace Lima, engenheira agrônoma da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Também acreditava-se que, se aplicada sobre picadas de insetos, a erva poderia ajudar a diminuir a dor no local.
Na literatura da Antiguidade, há diversas indicações do uso medicinal da planta. Pendurava-se o poejo na sala dos doentes, pois acreditava-se que acelerava a recuperação. "Ela era usada pelos chineses como calmante e antiespasmódico", afirma Pace. Também era recomendada para aliviar azia e para acabar com insônia e com flatulência, além de ajudar a reduzir os sintomas da gripe.
Na cozinha, suas folhas são usadas frescas no cozimento de carnes de sabor forte, como de ovelha, de carneiro, de cabrito e de bode, ou ainda para finalizar e decorar pratos. "É uma erva bastante difundida na Itália. Os romanos antigos já a usavam", diz o chef italiano Sauro Scarabotta, do Friccò.
Na hora da compra, as folhas devem estar bem verdes, sem queimaduras ou pontos pretos. Uma forma prática de armazenar o poejo é fazer um pesto com as folhas do ingrediente. "Em um pote de vidro bem lavado, coloque duas xícaras de poejo, meia xícara de azeite extravirgem e meia colher de café de sal", ensina o chef.
Embora suas folhas sejam usadas na cozinha e na medicina popular, o óleo essencial do poejo é tóxico e pode provocar irritação no útero. Por precaução, o farmacologista João Ernesto Carvalho, do CPQBA (Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), orienta que gestantes evitem o ingrediente para não causar problemas ao bebê.
Segundo os especialistas ouvidos, a erva ainda não teve suas características nutricionais desvendadas.


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