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Refrescante, poejo é usado em carnes fortes
JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Da família das mentas,
o poejo possui sabor
refrescante e é aromático como a hortelã. A erva, nativa da Eurásia, é
uma planta rasteira, bastante
resistente e que se espalha com
facilidade. Também é conhecida como erva-de-são-lourenço
e menta selvagem.
O poejo ganhou o nome científico de Mentha pulegium por
causa de seu efeito repelente
de insetos. No latim, "pulex"
significa pulga. Para se livrar
das pequenas indesejáveis, costumava-se esfregar as folhas da
erva nas roupas e na pele.
Queimar a planta no ambiente infestado também era
comum. "Queimando a erva,
você espanta a pulga", diz Giuseppina Pace Lima, engenheira
agrônoma da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Também acreditava-se que, se aplicada sobre picadas de insetos, a
erva poderia ajudar a diminuir
a dor no local.
Na literatura da Antiguidade,
há diversas indicações do uso
medicinal da planta. Pendurava-se o poejo na sala dos doentes, pois acreditava-se que acelerava a recuperação. "Ela era
usada pelos chineses como calmante e antiespasmódico",
afirma Pace. Também era recomendada para aliviar azia e para acabar com insônia e com
flatulência, além de ajudar a reduzir os sintomas da gripe.
Na cozinha, suas folhas são
usadas frescas no cozimento de
carnes de sabor forte, como de
ovelha, de carneiro, de cabrito
e de bode, ou ainda para finalizar e decorar pratos. "É uma
erva bastante difundida na Itália. Os romanos antigos já a
usavam", diz o chef italiano
Sauro Scarabotta, do Friccò.
Na hora da compra, as folhas
devem estar bem verdes, sem
queimaduras ou pontos pretos.
Uma forma prática de armazenar o poejo é fazer um pesto
com as folhas do ingrediente.
"Em um pote de vidro bem lavado, coloque duas xícaras de
poejo, meia xícara de azeite extravirgem e meia colher de café
de sal", ensina o chef.
Embora suas folhas sejam
usadas na cozinha e na medicina popular, o óleo essencial do
poejo é tóxico e pode provocar
irritação no útero. Por precaução, o farmacologista João Ernesto Carvalho, do CPQBA
(Centro Pluridisciplinar de
Pesquisas Químicas, Biológicas
e Agrícolas), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), orienta que gestantes evitem o ingrediente para não
causar problemas ao bebê.
Segundo os especialistas ouvidos, a erva ainda não teve
suas características nutricionais desvendadas.
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