São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2001
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boquiaberto

Mais proteína nas refeições
Criado na China e levado para o Japão por monges budistas no século 5, o tofu ou queijo-de-soja é dos alimentos mais consumidos nesses países e costuma marcar presença também nas refeições vegetarianas e macrobióticas. De baixo valor calórico e riquíssimo em proteína, o tofu também esbanja versatilidade e pode ser usado em receitas salgadas e doces. Para incentivar seu consumo no Brasil, a Embrapa Soja (divisão responsável pelas pesquisas com soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está lançando "Mais Saúde em Sua Vida - Cozinhando com Tofu". O livro explica como preparar o próprio tofu, que leva apenas soja em grãos e água filtrada, e está recheado com várias receitas diferentes e saborosas, em que o tofu aparece ao lado de ingredientes como berinjela, camarão, abacaxi, baunilha e coco ralado. Quem estiver interessado em adquirir o livro, que custa R$ 10, deve entrar em contato com a Embrapa pelo telefone 0/xx/43/371-6119.

Rebeldia adocicada
Quando dom Pedro 2º se deliciou com o bolo da família Souza Leão -dona de vastos canaviais em Pernambuco-, provavelmente não imaginou que a sobremesa iria se tornar um marco gastronômico importante na história do país. Apesar do modo de preparo complicado e do alto valor calórico da gostosura à base de mandioca, leite de coco, cravo, canela e sementes de erva-doce, o bolo é uma das mais tradicionais sobremesas nordestinas. De certa forma, a concepção do doce, criado no século 19, está relacionada à crise de identidade vivida pelos brasileiros dessa época. A reação contra a hegemonia portuguesa refletia-se na culinária por meio de uma exaltação patriótica e romântica da cana-de-açúcar. Era uma espécie de rebeldia gastronômica: o açúcar, produto brasileiro muito valorizado no exterior, era usado sem parcimônia. Por isso, uma receita de um bolo de tamanho médio, feito para o consumo familiar, chegava a levar um quilo de açúcar.



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