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Acordar em uma casa e a dormir em outra
Um ano e meio atrás, quando
a união do engenheiro Sandro
Marino, 27, acabou, a convivência diária com Laura, 8, e Giuliana, 4, passou a ser quinzenal.
A mãe, a advogada Isabela, 26,
ficou com a guarda das meninas, como ainda ocorre na
maioria dos casos no Brasil,
mas o arranjo durou apenas
quatro meses. As crianças -e
Sandro- não conseguiram se
adaptar ao afastamento imposto pela nova rotina.
O juiz foi sensível aos apelos
do pai e propôs que compartilhasse com a mãe o tempo e as
responsabilidades sobre as meninas -sem tirar a guarda de
Isabela. "Eu teria metade do dia
e a mãe, o resto. O resultado foi
muito interessante. Se fosse
trocar a guarda, demoraria
muito e as duas teriam que passar por uma avaliação psicológica", afirma ele.
Desde então, as meninas têm
duas camas cada uma. Durante
a semana, elas acordam em
uma casa e vão dormir em outra. A escola, no meio do caminho, faz a ponte entre os dois
lares. Sempre juntas, elas alternam também os fins de semana
com um e com outro. "A adaptação foi muito legal. Eu posso
ter minha vida e a mãe, a dela",
diz Sandro.
Isabela acha que, agora, está
funcionando, mas nem sempre
foi assim. "Nossa comunicação
é muito ruim e talvez isso interfira um pouco. No início, elas
não sabiam o que iam fazer no
dia, porque eram muito pequenas, e tinham que se adaptar
muito rapidamente. Cada casa
tem uma rotina, uma educação
diferente", diz.
Com Sandro, por exemplo,
elas podem ver TV até um pouco mais tarde e assistir, no estádio de futebol, a um clássico como Palmeiras e Corinthians -o
que já foi motivo de discussão
entre o ex-casal.
Apesar de estar muito satisfeito, o pai acredita que compartilhar a rotina não é bom para todas as famílias. "Não vale a
pena se o pai não tinha um convívio frequente com eles antes,
se não tem disponibilidade. Eu
as levo à escola, faço natação
com a Giuliana. Antes, só sabia
o que a Laura me contava", diz.
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