São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010
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Acordar em uma casa e a dormir em outra

Um ano e meio atrás, quando a união do engenheiro Sandro Marino, 27, acabou, a convivência diária com Laura, 8, e Giuliana, 4, passou a ser quinzenal. A mãe, a advogada Isabela, 26, ficou com a guarda das meninas, como ainda ocorre na maioria dos casos no Brasil, mas o arranjo durou apenas quatro meses. As crianças -e Sandro- não conseguiram se adaptar ao afastamento imposto pela nova rotina.
O juiz foi sensível aos apelos do pai e propôs que compartilhasse com a mãe o tempo e as responsabilidades sobre as meninas -sem tirar a guarda de Isabela. "Eu teria metade do dia e a mãe, o resto. O resultado foi muito interessante. Se fosse trocar a guarda, demoraria muito e as duas teriam que passar por uma avaliação psicológica", afirma ele.
Desde então, as meninas têm duas camas cada uma. Durante a semana, elas acordam em uma casa e vão dormir em outra. A escola, no meio do caminho, faz a ponte entre os dois lares. Sempre juntas, elas alternam também os fins de semana com um e com outro. "A adaptação foi muito legal. Eu posso ter minha vida e a mãe, a dela", diz Sandro.
Isabela acha que, agora, está funcionando, mas nem sempre foi assim. "Nossa comunicação é muito ruim e talvez isso interfira um pouco. No início, elas não sabiam o que iam fazer no dia, porque eram muito pequenas, e tinham que se adaptar muito rapidamente. Cada casa tem uma rotina, uma educação diferente", diz.
Com Sandro, por exemplo, elas podem ver TV até um pouco mais tarde e assistir, no estádio de futebol, a um clássico como Palmeiras e Corinthians -o que já foi motivo de discussão entre o ex-casal.
Apesar de estar muito satisfeito, o pai acredita que compartilhar a rotina não é bom para todas as famílias. "Não vale a pena se o pai não tinha um convívio frequente com eles antes, se não tem disponibilidade. Eu as levo à escola, faço natação com a Giuliana. Antes, só sabia o que a Laura me contava", diz.


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