São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009
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INGREDIENTE

"Grapefruit" é o maior cítrico à venda

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O "grapefruit" (ou toranja) é um ingrediente pouco conhecido no Brasil, com exceção, talvez, dos Estados do Sul, onde é chamado de pomelo. "Não tem muita aceitação no Brasil, mesmo o país sendo o maior produtor mundial de cítricos. Não é do paladar do brasileiro, e a produção é muito restrita", explica Ildo Lederman, coordenador do Laboratório de Pós-Colheita de Frutas do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco). Ele afirma que seu sabor amargo não se encaixa no paladar brasileiro, mais inclinado para o doce.
O "grapefruit" é o maior cítrico disponível e, mesmo em países como os Estados Unidos, pode ser considerado relativamente novo no mercado. Em 1750, foi mencionado pela primeira vez por um autor que o chamou de "fruta proibida". Seu nome parece estar relacionado ao fato de crescer em cachos, e não por uma suposta referência ao sabor da uva ("grape", em inglês).
Foi introduzido na Flórida em 1823 e demorou para se tornar popular -mais uma vez, o sabor amargo pode ter uma parcela de culpa, assim como a dificuldade de descascá-lo do modo como se faz com as laranjas. Dali, o cultivo se espalhou para outras áreas nos EUA e depois para o exterior. Hoje, Israel, Argentina, Espanha, Marrocos e África do Sul são os principais produtores.
Existem várias espécies, com polpa que varia do amarelo ao rosa, de sabor amargo a levemente adocicado. Costuma ser servido no café da manhã ou como entrada, normalmente aberto em metades.
As duas principais variedades são Duncan, a predileta da indústria, com muitas sementes e sabor agradável, e Marsh, sem sementes e menos saborosa. Cerca de metade da produção mundial é transformada em suco. Tem paladar marcante, que tende a sobrepujar outros ingredientes.
De acordo com Jamile Maria Sallum de Lacerda, nutricionista clínica do Hospital Sírio-Libanês, tem vitamina C e é rica em flavonoides, com atividade antioxidante. "O suco ou a fruta ajudam a reduzir as placas de aterosclerose", diz. "Alguns estudos mostram que inibe a formação de células de câncer de mama, mas isso de forma nebulosa -faltam pesquisas mais longas", diz a nutricionista.
Já se sabe, entretanto, que a fruta interage com medicamentos como estatina, anti-histamínicos e algumas quimioterapias, deixando doses excedentes de medicação no sangue, o que pode até ser tóxico. Mas pessoas saudáveis que não tomam essas drogas podem consumi-la normalmente.


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