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INGREDIENTE
"Grapefruit" é o maior cítrico à venda
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O "grapefruit" (ou toranja) é um ingrediente pouco conhecido no Brasil, com
exceção, talvez, dos Estados do
Sul, onde é chamado de pomelo. "Não tem muita aceitação
no Brasil, mesmo o país sendo o
maior produtor mundial de cítricos. Não é do paladar do brasileiro, e a produção é muito
restrita", explica Ildo Lederman, coordenador do Laboratório de Pós-Colheita de Frutas
do IPA (Instituto Agronômico
de Pernambuco). Ele afirma
que seu sabor amargo não se
encaixa no paladar brasileiro,
mais inclinado para o doce.
O "grapefruit" é o maior cítrico disponível e, mesmo em países como os Estados Unidos,
pode ser considerado relativamente novo no mercado. Em
1750, foi mencionado pela primeira vez por um autor que o
chamou de "fruta proibida".
Seu nome parece estar relacionado ao fato de crescer em cachos, e não por uma suposta referência ao sabor da uva ("grape", em inglês).
Foi introduzido na Flórida
em 1823 e demorou para se tornar popular -mais uma vez, o
sabor amargo pode ter uma
parcela de culpa, assim como a
dificuldade de descascá-lo do
modo como se faz com as laranjas. Dali, o cultivo se espalhou
para outras áreas nos EUA e depois para o exterior. Hoje, Israel, Argentina, Espanha, Marrocos e África do Sul são os
principais produtores.
Existem várias espécies, com
polpa que varia do amarelo ao
rosa, de sabor amargo a levemente adocicado. Costuma ser
servido no café da manhã ou
como entrada, normalmente
aberto em metades.
As duas principais variedades são Duncan, a predileta da
indústria, com muitas sementes e sabor agradável, e Marsh,
sem sementes e menos saborosa. Cerca de metade da produção mundial é transformada
em suco. Tem paladar marcante, que tende a sobrepujar outros ingredientes.
De acordo com Jamile Maria
Sallum de Lacerda, nutricionista clínica do Hospital Sírio-Libanês, tem vitamina C e é rica
em flavonoides, com atividade
antioxidante. "O suco ou a fruta
ajudam a reduzir as placas de
aterosclerose", diz. "Alguns estudos mostram que inibe a formação de células de câncer de
mama, mas isso de forma nebulosa -faltam pesquisas mais
longas", diz a nutricionista.
Já se sabe, entretanto, que a
fruta interage com medicamentos como estatina, anti-histamínicos e algumas quimioterapias, deixando doses
excedentes de medicação no
sangue, o que pode até ser tóxico. Mas pessoas saudáveis que
não tomam essas drogas podem consumi-la normalmente.
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