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INSPIRE RESPIRE TRANSPIRE
A passos largos
Da alimentação ao tênis, especialistas dão dicas para tirar melhor proveito da caminhada
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
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A jornalista Anita Marques, 25, caminha há três anos de três a quatro vezes por semana durante uma hora. "Ganhei bem -estar e consigo manter o peso sem me privar de comer as coisas de que gosto"
GABRIELA CUPANI
DA REPORTAGEM LOCAL
A cada ano, 520 mil
paulistas abandonam
o sedentarismo e passam a caminhar, segundo dados do Agita São Paulo, programa criado para incentivar a prática de atividade física no Estado paulista. "Desde
1997, são mais de cinco milhões
de pessoas caminhando", diz o
médico Victor Matsudo, coordenador do programa.
Outra pesquisa do Agita SP,
divulgada recentemente, mostra que, das pessoas que começam a fazer alguma atividade física, quase 30% escolhem a caminhada. Especialistas estimam que seja o exercício mais
praticado pelos brasileiros. Esse batalhão de gente adere às
passadas em busca de qualidade de vida e mais saúde. Com
toda a razão.
Estudos já mostravam que
caminhar regularmente diminui o LDL (colesterol "ruim"),
aumenta sua fração boa, o
HDL, e melhora a sensibilidade
à insulina -portanto, reduz o
risco de complicações cardiovasculares e diabetes.
Agora, novas pesquisas comprovam que a necessidade do
uso de remédios, como antidiabéticos, anti-hipertensivos ou
aqueles para controlar o colesterol, cai pela metade em quem
anda de 15 a 30 quilômetros por
semana.
O exercício diminui ainda as
chances de ter pedras na vesícula, e as mulheres que caminham regularmente têm um
risco 23% menor de desenvolver câncer de mama.
Em certos casos, essa atividade, se feita num ritmo moderado, chega a ser melhor do que
exercícios vigorosos. É o que
acontece com a saúde do cérebro, por exemplo. Enquanto o
exercício intenso diminui em
64% o risco de demência senil
vascular, uma simples caminhada diminui esse risco em
73%. "O exercício vigoroso produz muitos radicais livres e, na
caminhada, há maior produção
de antioxidantes", explica Matsudo, do Agita São Paulo.
A caminhada também é melhor contra a ansiedade, já que
o exercício vigoroso produz
adrenalina. Quem caminha
ainda se sente melhor, ganha
autoestima e, portanto, sofre
menos de depressão.
"O corpo passa por uma
adaptação ao novo ritmo para
suportar o exercício, por isso há
melhora nas capacidades cardiovascular e respiratória, no
perfil lipídico e na capacidade
de dilatação dos vasos, entre
outros benefícios", enumera o
fisiologista Paulo Zogaib, da
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo).
Qualquer um pode começar a
andar. "A única contraindicação absoluta é para as pessoas
que não podem fazer nenhum
esforço físico ou estão de repouso", diz o fisiologista Turíbio Barros, também da Unifesp.
Mas, para tirar o máximo proveito das passadas, confira as
dicas a seguir antes de sair andando por aí.
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