São Paulo, quinta-feira, 06 de agosto de 2009
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A passos largos

Da alimentação ao tênis, especialistas dão dicas para tirar melhor proveito da caminhada

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
A jornalista Anita Marques, 25, caminha há três anos de três a quatro vezes por semana durante uma hora. "Ganhei bem -estar e consigo manter o peso sem me privar de comer as coisas de que gosto"

GABRIELA CUPANI
DA REPORTAGEM LOCAL

A cada ano, 520 mil paulistas abandonam o sedentarismo e passam a caminhar, segundo dados do Agita São Paulo, programa criado para incentivar a prática de atividade física no Estado paulista. "Desde 1997, são mais de cinco milhões de pessoas caminhando", diz o médico Victor Matsudo, coordenador do programa.
Outra pesquisa do Agita SP, divulgada recentemente, mostra que, das pessoas que começam a fazer alguma atividade física, quase 30% escolhem a caminhada. Especialistas estimam que seja o exercício mais praticado pelos brasileiros. Esse batalhão de gente adere às passadas em busca de qualidade de vida e mais saúde. Com toda a razão.
Estudos já mostravam que caminhar regularmente diminui o LDL (colesterol "ruim"), aumenta sua fração boa, o HDL, e melhora a sensibilidade à insulina -portanto, reduz o risco de complicações cardiovasculares e diabetes.
Agora, novas pesquisas comprovam que a necessidade do uso de remédios, como antidiabéticos, anti-hipertensivos ou aqueles para controlar o colesterol, cai pela metade em quem anda de 15 a 30 quilômetros por semana.
O exercício diminui ainda as chances de ter pedras na vesícula, e as mulheres que caminham regularmente têm um risco 23% menor de desenvolver câncer de mama.
Em certos casos, essa atividade, se feita num ritmo moderado, chega a ser melhor do que exercícios vigorosos. É o que acontece com a saúde do cérebro, por exemplo. Enquanto o exercício intenso diminui em 64% o risco de demência senil vascular, uma simples caminhada diminui esse risco em 73%. "O exercício vigoroso produz muitos radicais livres e, na caminhada, há maior produção de antioxidantes", explica Matsudo, do Agita São Paulo.
A caminhada também é melhor contra a ansiedade, já que o exercício vigoroso produz adrenalina. Quem caminha ainda se sente melhor, ganha autoestima e, portanto, sofre menos de depressão.
"O corpo passa por uma adaptação ao novo ritmo para suportar o exercício, por isso há melhora nas capacidades cardiovascular e respiratória, no perfil lipídico e na capacidade de dilatação dos vasos, entre outros benefícios", enumera o fisiologista Paulo Zogaib, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Qualquer um pode começar a andar. "A única contraindicação absoluta é para as pessoas que não podem fazer nenhum esforço físico ou estão de repouso", diz o fisiologista Turíbio Barros, também da Unifesp. Mas, para tirar o máximo proveito das passadas, confira as dicas a seguir antes de sair andando por aí.


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