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Doeu?
Segundo especialistas, água e sabão
são a melhor opção para cuidar
de ferimentos leves
Anti-sépticos, água oxigenada,
esparadrapos,
curativos de materiais
e tamanhos diversos.
Apesar de toda a parafernália
disponível para aplicar em casa
nos pequenos ferimentos, a
principal recomendação dos
especialistas é simples e acaba
esquecida por muita gente:
lavar o local com muita água e
sabão, ou então com soro fisiológico.
A medida é fundamental
para retirar possíveis resíduos
que podem ter ficado na
região e para diminuir a chance
de infecção.
"As pessoas usam mais antisépticos
do que deveriam. A
maioria das escoriações não
precisa nem de curativo. A medida
principal é lavar com água
e sabão, e não só no primeiro
dia", afirma a pediatra Renata
Waksman, autora do livro
"Crianças e Adolescentes Seguros"
(Publifolha).
Segundo a médica, os antisépticos,
como o clássico Merthiolate,
que mantém campanha
publicitária no rádio, dam a deixar a região um pouco
mais seca, mas têm efeito
leve e devem ser aplicados apenas
com orientação médica, já
que podem causar reações alérgicas.
"Não é porque esses produtos
não têm mais mercúrio
em sua composição [o componente
foi retirado da fórmula
em 2001 por ordem da Anvisa]
que não podem dar um quadro
alérgico. São substâncias concentradas,
podem sensibilizar
a pele", alerta a pediatra.
Alexandre Pieri, coordenador
do pronto-atendimento
do hospital Albert Einstein, em
São Paulo, também aponta como
um erro comum o uso prioritário
desse tipo de produto.
"Podem dar uma reação local
e, dependendo de como são
guardados, podem ser foco de
contaminação. O correto é colocar
o ferimento debaixo da
torneira e deixar escorrer água,
passando sabão neutro."
O uso de produtos como
água oxigenada e iodo também
não é recomendado. "Eles são
utilizados só quando já há uma
infecção, o que pode ocorrer
com o passar do tempo, formando
aquela crosta amarelada
ou esverdeada. Mas, inicialmente,
não se usa", afirma
o clínico-geral e pneumologista
André Luís Diarcádia,
médico do Hospital das Clínicas
da Unesp (Universidade
Estadual Paulista).
Sem curativos
Outra dica que nem sempre
é considerada é manter o ferimento
descoberto "evitar
tampá-lo com esparadrapos e
curativos, a não ser que ele esteja
sujeito a atrito" quando
está na dobra do cotovelo ou na
planta do pé, por exemplo. "O
curativo torna o local úmido e
facilita a proliferação de microorganismos",
diz Pieri.
Quando exposto, o machucado
se mantém seco e cicatriza
mais rapidamente.
Outra vantagem de deixar o
ferimento descoberto é poder
observar seu aspecto. Assim, se
houver sinais de inflamação ou
infecção, é possível ir prontamente
ao médico.
Este, aliás, deve ser procurado
sempre que o ferimento for
muito grande ou profundo ou
quando houver muito sangramento.
Se o sangramento for
leve, a dica é comprimir o local
com um pano limpo até parar.
Se não estancar após 15 minutos,
também se deve buscar
ajuda especializada.
E, com o passar dos dias, nada
de cair na tentação de arrancar
a casquinha que se forma
no local, que faz parte do
mecanismo de cicatrização.
"Ela cai sozinha. Tem que evitar
coçar, manter as unhas curtas
e a mão limpa. Quando a
pele estiver pronta, a casquinha
cairá espontaneamente",
diz Waksman.
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