São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007
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Correio

"Ao criticar a religião como "fonte de tanta desumanidade", no Equilíbrio de 31/5, Michael Kepp se esqueceu de mencionar que, em todo o século 20, nenhuma das grandes tragédias da humanidade teve motivação religiosa. Nem a 1ª nem a 2ª Guerra Mundial, responsáveis por uma destruição sem igual na história, foram causadas pelas religiões. As bombas atômicas contra cidades japonesas não tiveram nenhuma relação com a fé. Ainda mais importante, as ditaduras nazista e soviética foram violentamente anti-religiosas, perseguindo, prendendo, torturando e liquidando com milhões de cristãos, judeus e muçulmanos. A perversão e a depravação humanas são o bastante para explicar nossas misérias. As religiões procuram conter nosso egoísmo e nossa vaidade quase inatos. Não quero negar as perseguições e intolerâncias de fundo religioso, mas é preciso ser um pouco cego para não ver que as religiões são "ecologicamente" necessárias a qualquer civilização; sem elas, o homem se transforma num animal ainda mais destrutivo."
MATEUS SOARES DE AZEVEDO, historiador das religiões (São Paulo)

"Está com absoluta razão Michael Kepp. Sou católica por tradição ou por covardia de encarar o "novo", tanto faz. Porém, também rejeito a riqueza ostentada pela maioria das crenças, em contra-senso com a pregação habitual que se ouve nelas, voltada para o desprendimento, a humildade e a partilha fraterna. É fácil constatar padres e pastores desfilando com relógios caríssimos e carros do ano. É um acinte a exibição do presépio, em toda a sua simplicidade e pobreza, diante do ambiente dourado e saudavelmente higienizado das catedrais. Como o pobre vê esse disparate? Ou será que sua resignação já não lhe permite se indignar mais? A humanidade anda na contramão de tudo."
M. INÊS PRADO (São João da Boa Vista/SP)

"Senti no texto de Michael Kepp um tom pessimista e triste. Fiquei entristecida por parecer que desafia Deus, esperando que Ele perdoe a quem, apesar de sua cultura e possibilidades de adquirir conhecimentos sobre religião e fé, prefere não fazê-lo."


ANA CRISTINA N. SASAKI, designer (São Paulo)

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