São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2011
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'É egoísmo ter filho sem ter vontade'

"Não cabe filho na minha vida, tanto financeiramente quanto por questão de tempo, de doação. Não tenho o pique de abrir mão de várias coisas sem me frustrar.
Grana seria o maior problema. Talvez eu não pudesse fazer uma viagem bacana nas férias. E você também tem que abrir um espaço afetivo para a entrega, paciência.
Acho que uma mulher pode ser completa com ou sem filho. E tem mulher que pode ter filho, mas ser incompleta profissional ou afetivamente. É uma escolha, não é um caminho natural.
Sou filha única. Meus pais não me cobram. Eu brinco: 'Mãe, eu nasci para ser filha'. Eles entendem.
Se me sentisse cobrada, diria: 'Por que eu teria filhos contra a vontade?'. Maternidade é coisa séria, não pode ser por inércia.
Essa é a minha postura hoje, mas sou aberta a mudar de ideia. Quando eu ia fazer 30, diziam que ia bater a vontade, mas não bateu. Agora dizem que com 35 bate.
Não me apressaria por conta da idade. Se aos 45 eu decidisse, adotaria.
Nunca convivi muito com crianças. Agora tenho enteados e estou achando legal essa relação. Aquele com quem eu mais me relaciono é o que tem 4 anos.
O menino é muito bacana, doce, e ele me amoleceu em alguns sentidos. Mas não a ponto de querer ter filhos. Ele já supre qualquer falta.
As outras enteadas são duas meninas maiores, de 12 e 15 anos. Com elas a relação é diferente. Não são crianças.
Agora minhas amigas estão começando a ter filho. Uma bem próxima está grávida e outra está com vontade. Acho que muda a relação, não pra pior, mas muda. A pessoa tem outras prioridades, outros programas."

Bebel de Barros, 32, produtora de eventos


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