São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
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COCEIRA
"Minha mulher sofre há anos de uma coceira pelo corpo inteiro. Fomos a vários dermatologistas e clínicos gerais, e ela foi submetida a uma bateria de exames de alergias e infecções. Nada foi constatado. Fizemos regimes alimentares, deixamos de usar detergentes, mas a coceira continua. Pode ser um problema psicológico?"

OLAVO AUGUSTO VEIGA (São José dos Campos/SP)

Segundo a médica Patrícia Magalhães, assessora do departamento de dermatologia integrativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é comum que problemas de pele tenham origem emocional. "A pele tem uma forte ligação com o sistema nervoso central. Embriologicamente, ela tem a mesma origem do cérebro, e as substâncias deste interferem em seu funcionamento", afirma. Ela diz que, uma vez que já foram afastadas causas como alergia, pode ser indicado procurar um psicólogo ou psiquiatra. "Há questionários que avaliam distúrbios emocionais, medindo o nível de ansiedade, estresse e depressão, por exemplo. Pela descrição, parece um prurido idiopático [sem causa definida], que pode ter fundo emocional."

MANCHAS ESCURAS
"As dificuldades de circulação me causaram manchas muito feias, que parecem sujeira, nos pés e nos tornozelos. Um dermatologista me disse que só um tratamento "específico" poderia "limpar" as partes afetadas. Seria laser?"

ELEIKA BEZERRA GUERREIRO

A dermatologista Ana Maria Sortino, do Hospital 9 de Julho, diz que parece se tratar de um caso de dermatite ocre. "São manchas acastanhadas ou avermelhadas nos membros inferiores decorrentes de insuficiência venosa crônica. Há um "represamento" de sangue no local, e a pele fica com um aspecto escuro, enferrujado, na perna ou no tornozelo", descreve. Outros sintomas são ressecamento, coceira, descamação e inflamação, quadro denominado eczema de estase.
Segundo ela, é difícil remover as manchas com cremes despigmentantes comuns. "O clareamento deve ser feito com cautela, pois, dependendo do procedimento, o eczema pode se agravar." O melhor tratamento, diz Sortino, é multidisciplinar: com um angiologista cuidando da hipertensão venosa e um dermatologista, das complicações da pele. Também é preciso mudar hábitos (dieta e exercícios moderados), evitar o calor e o sol diretamente no local e manter a pele hidratada.


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