São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002
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Técnicas de reprodução assistida

Os ingleses Robert Edwards e Patrick Steptoe já têm um milhão de filhos espalhados pelo mundo. Foi essa dupla de médicos que conseguiu levar até o fim a fertilização in vitro, em 1978, quando nasceu Louise Brown, o primeiro bebê de proveta. A outra revolução nas técnicas de reprodução assistida veio da Bélgica, em 1992. Trata-se da Icsi (técnica que injeta espermatozóides no citoplasma do óvulo). A próxima, dizem os especialistas, será a revitalização e o rejuvenescimento dos óvulos fracos e envelhecidos. "Os casais estão programando filhos para idades mais avançadas do que há duas gerações. Como as mulheres já nascem com a população fixa de óvulos, é preciso desenvolver tecnologia para garantir que eles sejam saudáveis por mais tempo", diz o médico Jorge Fragoso. Hoje é possível congelar espermatozóides e embriões, mas ainda não se consegue congelar os óvulos adequadamente. Confira abaixo as técnicas utilizadas hoje.
Inseminação artificial: procedimento mais simples do que a fertilização in vitro, com a qual costuma ser confundido. É indicado para os casos em que há incapacidade de os espermatozóides chegarem ao útero (homens com orifício uretral fora do lugar, ejaculação retrógrada, sêmen com baixa contagem de espermatozóides, espermatozóides com baixa motilidade, sêmen congelado antes de vasectomia, além de causas relacionadas à mulher). Nesse caso, os espermatozóides são selecionados e colocados dentro do útero com uma pequena cânula. A mulher usa medicamentos para melhorar a ovulação.
Fertilização in vitro (FIV): indicada para casos de baixa fertilidade masculina e de esterilidade sem causa aparente e para mulheres com endometriose e problemas nas trompas (devido a extração cirúrgica de tumores ou gravidez nas trompas, entre outros). A técnica requer que se consiga do homem pelo menos 1 milhão de espermatozóides com motilidade ideal, do tipo A. Os espermatozóides são coletados via masturbação. Os de melhor qualidade são colocados em meio de cultura com os óvulos para que ocorra a fecundação. O pré-embrião é transferido ao útero após um período de 48 h a 72 h.
Icsi: indicada para homens cujo sêmen possui baixa concentração de espermatozóides ou que fizeram vasectomia e não obtiveram sucesso na reversão. Por essa técnica, os médicos "pescam" um espermatozóide do meio de cultura onde o sêmen do paciente foi aprimorado e injetam no citoplasma do óvulo -os espermatozóides são coletados por masturbação ou "aspirados" pelo médico com uma agulha.
Técnicas correlatas: nos últimos dez anos, foram desenvolvidas técnicas que contribuem para o maior sucesso das existentes. A maturação de células precursoras do espermatozóide para fertilização por meio da Icsi é uma delas. A microdissecação dos testículos em busca de espermatozóides é outra. Em Campinas (SP), a Clínica Androfert instalou um sistema de purificação do ar para garantir mais sucesso com os embriões, já que a poluição do ar tem impacto negativo sobre a fertilização.


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