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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003
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poucas e boas

Lentes permitem melhor oxigenação dos olhos

KATIA DEUTNER
FREE LANCE PARA A FOLHA

Facilitar a oxigenação da córnea. Isso é o que promete o lotrafilcon A, material que vem sendo usado para produzir lentes de contato descartáveis de uso prolongado, já disponíveis no Brasil. A FDA (agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos) libera o uso dessas lentes por até 30 dias ininterruptos para quem tem miopia, hipermetropia e presbiopia ("vista cansada").
A córnea funciona de uma maneira diferente das demais estruturas do corpo. Essa "capa" que protege o olho absorve o oxigênio de que precisa diretamente do ar, não da corrente sanguínea. Se a oxigenação é insuficiente, a córnea pode inchar, o que facilita a contaminação por bactérias e pode causar até úlceras.
Nos modelos tradicionais, a oxigenação da córnea é feita pela passagem das lágrimas sob as lentes. Se a pessoa usar essas lentes por muito tempo, a córnea pode ficar mal oxigenada. "O risco de infecção aumenta dez vezes em quem dorme com lentes de uso prolongado", afirma o oftalmologista Carlos Arieta, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Já nos modelos feitos com lotrafilcon A, a córnea respira através das lentes, o que reduz o risco de deficiência na oxigenação.
Em um estudo feito com 220 pacientes, 90% aprovaram o uso das lentes de lotrafilcon A por seis dias e seis noites sem tirá-las. Apesar da orientação da FDA, "esse é o período máximo que recomendamos para o uso contínuo", afirma Arieta, que coordenou a pesquisa e é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria.
O lotrafilcon A é uma mistura de flúor, carbono e silicone e é feito com 24% de água. Antigamente, os oftalmologistas acreditavam que, quanto maior era a quantidade de água na composição da lente, maior era a transmissão de oxigênio à córnea. Mas isso não é verdade. A quantidade de água não interfere na oxigenação. "O líquido só permite que a lente fique confortável nos olhos", diz Arieta. Por isso os usuários geralmente se adaptam melhor às lentes gelatinosas (que contêm mais água) que às acrílicas.


Há aproximadamente 283 mil médicos no Brasil -1 para cada grupo de 624 habitantes


Olhar de cão

Shawn Baldwin/Associated Press
Segundo pesquisa húngara, os cachorros conseguem comunicar-se com os seres humanos pelo olhar

Os cachorros aprenderam, depois de 15 mil anos de domesticação, a se comunicar com o olhar, como os humanos. A conclusão é de estudo realizado na Universidade Eotvos, em Budapeste (Hungria). Tanto cães como lobos conseguiram encontrar alimento após uma pessoa indicar com a mão onde ele estava. Mas, além de apresentarem um desempenho melhor nessa tarefa, os cães olhavam para a pessoa, aguardando uma indicação se não conseguiam alcançar a comida.

Armas em casa
Pessoas com arma de fogo em casa têm o dobro de chance de serem vítimas de homicídio e uma probabilidade 16 vezes maior de cometerem suicídio do que as que não possuem, indica estudo da Universidade da Pensilvânia (EUA). Os pesquisadores analisaram 1.720 homicídios e 1.959 suicídios.

Dúvidas sobre saúde
A Editora Larousse do Brasil (tel. 0/xx/11/3044-1515) acaba de lançar os dois primeiros volumes de uma nova série sobre saúde. Além de explicações sobre os temas abordados, "Sono - 100 Perguntas e Respostas" (320 págs.) e "Próstata - 100 Perguntas e Respostas" (280 págs.) contêm glossário médico e endereços úteis no Brasil. Cada livro custa R$ 29,90.

Câncer e trabalho noturno
Mulheres que trabalham à noite pelo menos três vezes por mês correm mais risco de desenvolver câncer no colo do reto, sugere estudo da Universidade Harvard realizado com 80 mil enfermeiras. A exposição à luz artificial bloqueia a produção de melatonina (realizada somente à noite), hormônio que possivelmente protege o corpo contra alguns tipos de câncer.

Última tragada
Quem fuma pouco tem mais chance de abandonar o cigarro do que quem fuma muito, certo? Errado, segundo pesquisadores da Universidade Ben-Gurion (Israel). Eles observaram que os que consumiam mais do que 25 cigarros por dia abandonaram o vício mais facilmente do que os que fumavam menos.


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