São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004
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poucas e boas

Cimento para tratar cárie

ANTONIO ARRUDA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Parece estranho, mas é fato: pesquisadora da UPE (Universidade de Pernambuco) descobriu que o cimento Portland pode ser utilizado em restaurações dentárias. Gerhilde Callou Sampaio, professora de patologia bucal, identificou que o produto protege a polpa -camada do dente acima da raiz- no caso de cáries profundas ou de tratamento de canal.
A pesquisadora aplicou o cimento, diluído em água destilada, em 15 dentes terceiros molares (os chamados "dentes do juízo") de homens e mulheres com idade entre 20 e 46 anos. "Não houve necrose do tecido e a polpa não foi perdida em nenhum dos casos; pelo contrário, o cimento promoveu seu reparo", explica Gerhilde.
De acordo com o cirurgião-dentista Silvio Nosé, existem vários tipos de cimento de forramento, a maioria deles à base de cálcio, que servem para proteger a polpa. "Em remoções profundas, se a polpa não for protegida, a saliva entra em contato com essa superfície, o que pode causar infecções", diz.
Para o presidente da Associação Brasileira de Odontologia, Norberto Francisco Lubiana, "toda nova pesquisa é vista com bons olhos". Ele explica que alguns cimentos são ideais para proteger a polpa, enquanto outros servem para "fazer um núcleo de preenchimento, em casos de canal ou quando o dente está muito destruído, para que se possa reconstruir o dente".
O uso do Portland pode beneficiar principalmente a população de baixa renda, já que, segundo Gerhilde, o produto mais utilizado hoje para esse tipo de intervenção é um pó importado que custa R$ 172 o grama. "Depois de patentearmos o produto e o adequarmos às condições de produção, ele deverá custar de R$ 20 a R$ 30 o grama", diz a pesquisadora.

85% dos idosos apresentam pelo menos uma doença crônica; 10% possuem, no mínimo, cinco

Tudo sobre enxaqueca Quando uma simples dor de cabeça vira enxaqueca? Há tratamento especializado? Crianças também sofrem desse mal? Como atuam as droga utilizadas para acabar com a cefaléia? Essas e outras perguntas são esclarecidas pelo neurologista Abouch Valenty Krymchantowski, especialista em dor de cabeça crônica, em "Enxaqueca: Tudo o que Você Deve Saber" (Landy, 128 págs., R$ 25).

Insônia na pós-menopausa A Universidade Federal de São Paulo está convocando voluntárias entre 50 e 65 anos, que estejam na pós-menopausa e sofram de insônia, para continuidade de uma pesquisa sobre distúrbios do sono. O estudo, comandado pela professora Helena Hachul, tem como objetivo descobrir a causa da insônia na pós-menopausa, que atinge 60% das mulheres, conforme revelou uma pesquisa anterior. Interessadas devem procurar o Departamento de Psicobiologia da Unifesp (r. Marselhesa, 524, Vila Mariana, SP; tel. 0/xx/11/ 275-9420).

Sou obeso? O Núcleo de Estudos Sobre Obesidade e Exercícios Físicos da USP oferece uma avaliação gratuita do grau de obesidade e orientação de tratamentos sem o uso de medicamentos. O atendimento acontece no Cepeusp (pça. 2, Prof. Rubião Meira, 61, Cidade Universitária, SP; tel. 0/ xx/11/3091-2034), na próxima quarta, dia 18, a partir das 19h.

Light "pero no mucho" De acordo com pesquisa feita pelo Primeiro Hospital da Cruz Vermelha, no Japão, cigarros com teores mais baixos de nicotina também oferecem riscos altos à saúde. Quem trocou cigarros com 1,1 mg de nicotina por outros com 0,1 mg pode pensar que reduziu em dez vezes o consumo da substância, mas, segundo o estudo, a redução não chega a duas vezes, e a quantidade de nicotina descrita na embalagem não corresponde ao total consumido. A troca pelos cigarros light pode causar um "hábito compensatório", ou seja, dar tragadas mais profundas ou em maior número.


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