São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006
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Ingredientes

Figo é cultivado há mais de 10 mil anos

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Perfumado e muito saboroso, o figo encanta o homem há milênios. Segundo pesquisas arqueológicas realizadas na Cisjordânia, a figueira foi a primeira planta a ser domesticada, cerca de 11.400 anos atrás.
De acordo com Pierre Tallet, autor da "História da Cozinha Faraônica - A Alimentação no Egito Antigo" (ed. Senac), o figo é uma das poucas frutas modernas que já eram conhecidas na época dos faraós. "Elemento essencial na dieta egípcia, era consumido ao natural ou seco, e algumas prescrições médicas falam inclusive de "figos assados" para curar alguns problemas digestivos", escreve.
Ainda segundo o autor, o figo era utilizado em todo tipo de preparação culinária, sendo adicionado inclusive ao vinho durante o processo de fermentação com o objetivo de aumentar seu conteúdo de açúcar e, conseqüentemente, seu teor de álcool.
O açúcar, o potássio, o cálcio, o fósforo, as fibras e a niacina (vitamina B3) são seus principais nutrientes.
De acordo com Eliana Martins Bento, nutricionista especializada em fisiologia do exercício e diretora da Apan (Associação Paulista de Nutrição), trata-se de um alimento calórico, mas altamente nutritivo. "A cada 100 g da fruta madura, encontramos 69 calorias, 15,6 g de carboidrato, 1,2 g de proteína e 0,2 g de lipídio", diz.
No caso da fruta seca, as calorias aumentam consideravelmente -para 233 kcal-, assim como os outros componentes.
Mas, segundo Bento, o alto teor de açúcar não é motivo para afastar os diabéticos. "Pelo contrário. Por ser rico em pectina [uma fibra solúvel], ajuda a reduzir o colesterol no sangue, além de possuir efeitos laxativo e diurético."
A região do Oriente Médio, de onde o figo é nativo, concentra a produção mundial. De acordo com dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola) relativos a 2004, a Turquia é o maior produtor, com 26% de participação no mercado mundial, seguida pelo Egito, com 18%. O Brasil ocupa a décima posição no ranking, com 2%, mas é um dos maiores fornecedores do mercado internacional. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo são os principais Estados produtores.
A safra do fruto vai de novembro a março, período em que cai a produção no hemisfério norte. Mas, com o surgimento de novas práticas agrícolas, é possível encontrá-lo fresco praticamente durante todo o ano.


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