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Ingredientes
Figo é cultivado há mais de 10 mil anos
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Perfumado e muito saboroso, o figo encanta
o homem há milênios.
Segundo pesquisas arqueológicas realizadas na Cisjordânia, a figueira foi a primeira planta a ser domesticada,
cerca de 11.400 anos atrás.
De acordo com Pierre Tallet,
autor da "História da Cozinha
Faraônica - A Alimentação no
Egito Antigo" (ed. Senac), o figo
é uma das poucas frutas modernas que já eram conhecidas
na época dos faraós. "Elemento
essencial na dieta egípcia, era
consumido ao natural ou seco,
e algumas prescrições médicas
falam inclusive de "figos assados" para curar alguns problemas digestivos", escreve.
Ainda segundo o autor, o figo
era utilizado em todo tipo de
preparação culinária, sendo
adicionado inclusive ao vinho
durante o processo de fermentação com o objetivo de aumentar seu conteúdo de açúcar e,
conseqüentemente, seu teor de
álcool.
O açúcar, o potássio, o cálcio,
o fósforo, as fibras e a niacina
(vitamina B3) são seus principais nutrientes.
De acordo com Eliana Martins Bento, nutricionista especializada em fisiologia do exercício e diretora da Apan (Associação Paulista de Nutrição),
trata-se de um alimento calórico, mas altamente nutritivo. "A
cada 100 g da fruta madura, encontramos 69 calorias, 15,6 g de
carboidrato, 1,2 g de proteína e
0,2 g de lipídio", diz.
No caso da fruta seca, as calorias aumentam consideravelmente -para 233 kcal-, assim
como os outros componentes.
Mas, segundo Bento, o alto
teor de açúcar não é motivo para afastar os diabéticos. "Pelo
contrário. Por ser rico em pectina [uma fibra solúvel], ajuda a
reduzir o colesterol no sangue,
além de possuir efeitos laxativo
e diurético."
A região do Oriente Médio,
de onde o figo é nativo, concentra a produção mundial. De
acordo com dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola)
relativos a 2004, a Turquia é o
maior produtor, com 26% de
participação no mercado mundial, seguida pelo Egito, com
18%. O Brasil ocupa a décima
posição no ranking, com 2%,
mas é um dos maiores fornecedores do mercado internacional. Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e São Paulo são os principais Estados produtores.
A safra do fruto vai de novembro a março, período em
que cai a produção no hemisfério norte. Mas, com o surgimento de novas práticas agrícolas, é possível encontrá-lo
fresco praticamente durante
todo o ano.
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