São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006
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Saúde

Muitas pessoas que estão contaminadas pelas hepatites virais desconhecem as doenças; saiba as diferenças entre os vários tipos e as formas de prevenção e tratamento

ABC da hepatite

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neste domingo, 21/5, será comemorado o Dia Internacional da Divulgação da Hepatite C. Quem nunca ouviu falar da data não precisa se considerar um completo desinformado: a falta de divulgação sobre o problema é justamente o maior obstáculo para o controle da doença e de suas conseqüências, afirmam os especialistas.
Criada em 2000 por iniciativa de ONGs do Brasil, do Canadá e da França, a data (sempre no terceiro domingo de maio) é atualmente lembrada em mais de 22 países.
Entre os eventos programados para este ano, a ONG brasileira Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite estará domingo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, oferecendo testes rápidos para a detecção da hepatite C. "É a primeira vez que o teste rápido será realizado no Brasil", explica Carlos Varaldo, presidente do Grupo Otimismo.


A hepatite é responsável por mais de 50% dos transplantes de fígado em todo o mundo


Em Washington (EUA), a programação, que se estenderá por toda a semana, tem seu ponto alto na sexta-feira (26/5), com uma marcha que terminará com os participantes fazendo um círculo ao redor da Casa Branca.
As iniciativas são um esforço para chamar a atenção para uma doença que atinge mais de 200 milhões de pessoas e é responsável por mais de 50% dos transplantes de fígado em todo o mundo. Apesar disso, "[o poder público] não faz esforço para alertar e informar a população sobre a doença, nem estimula a realização de testes", diz Varaldo.
A hepatite B, apesar de ser uma doença diferente, causa o mesmo tipo de preocupação. Mundialmente, há 350 milhões de portadores do vírus da hepatite B e 50 milhões de novos casos a cada ano. "Tanto a hepatite C quanto a B são doenças silenciosas, não costumam apresentar sintomas por muitos anos. Então a pessoa que tem [a doença] não sabe, portanto não trata", diz Hugo Cheinquer, professor de hepatologia da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Para João Galizzi Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, "é preciso divulgar [as doenças], orientar as pessoas para a prevenção e dar condições para que façam os testes".
Edna Strauss, professora de hepatologia da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), considera que a mobilização dos pacientes é um caminho a ser seguido, "como aconteceu com a Aids". A comparação é lembrada também porque as formas de contágio do HIV e do vírus da hepatite B são muito parecidas. No caso da hepatite B, Strauss ressalta que existe vacina para a doença e que é preciso incentivar a imunização de adolescentes e de jovens adultos.
Ainda não existe vacina para a hepatite C, mas investigações estão sendo feitas nesse sentido -a mais nova é um estudo que será conduzido pelo Centro de Desenvolvimento de Vacinas da Universidade de Saint Louis (Estados Unidos) e envolverá 200 voluntários.
A ciência continua em busca de alternativas na área, e os tratamentos para hepatites evoluíram muito nos últimos anos. A informação, entretanto, ainda é o ponto crucial para o combate às doenças. Conheça as três hepatites virais (A, B e C) mais importantes em nosso ambiente.


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