ANA PAULA DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo uso de um tratamento já existente pode ser a esperança aos 65% de homens com câncer de próstata que se submetem à prostatectomia radical -retirada total da próstata- e, por conta da intervenção, podem ficar incontinentes urinários, uma das maiores queixas de quem passou pela cirurgia. Trata-se de um dispositivo de silicone que, colocado em torno da uretra, interrompe o vazamento involuntário da urina.
Chamado de constritor periuretral inflável, o aparelho -desenvolvido há 12 anos no Brasil pelo urologista Salvador Villar- até então era indicado apenas em casos de bexiga neurogênica (sem função neurológica). Mas foi o urologista João Luiz Schiavini, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, quem adaptou a técnica aos pacientes que ficaram incontinentes após a prostatectomia radical.
A próstata é uma glândula localizada próxima à bexiga, cujas secreções são o maior componente do esperma. Sem causa definida, o câncer de próstata é a segunda causa de morte por doença entre os homens, atingindo 17% dos maiores de 50 anos.
A cirurgia de retirada da próstata pode lesionar o complexo muscular que controla o fechamento do canal uretral. Quando isso acontece, o paciente pode desenvolver incontinência urinária, segundo o urologista Miguel Srougi, da Unifesp. "Essa possibilidade é, em geral, de 15%, podendo ser reduzida de 4% a 5%, dependendo da experiência do cirurgião."
O constritor, fabricado pela Silimed, é uma "cinta" de silicone colocada em torno da uretra por meio de uma incisão feita entre o escroto e o ânus. A cirurgia demora, em média, 90 minutos. Dois meses após o implante, o constritor é insuflado com soro fisiológico, comprimindo a uretra. Segundo o urologista da Unifesp Joaquim Claro, quando sentir que a bexiga estiver cheia, o paciente faz "força" para a urina sair. "Se a bexiga for fraca, é necessária a introdução de uma sonda pela uretra na hora de ir ao banheiro. Após dois dias de treino, ele está apto a fazer isso sozinho. O mais importante é que ele fique seco."

Um fumante inala cerca de 4.700 substâncias tóxicas por cigarro, das quais 60 são consideradas cancerígenas

Santa soja Pesquisa realizada na Unifesp constatou que consumir um litro de leite light de soja diariamente pode reduzir doenças cardiovasculares causadas pelo colesterol. A bebida reduziu de 3,5% a 6,4% o LDL (o colesterol "ruim") e aumentou em 10% o colesterol "bom".


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