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Principais problemas e respectivos tratamentos
Alopecia androgenética
Calvície de causa genética, detonada pelo
aumento da produção de andrógenos
(hormônios masculinos), na puberdade.
Responde pela maioria esmagadora dos
casos de perda de cabelo entre homens.
Tratamentos: quem sofre de alopecia genética precisa se convencer de que não há
tratamento temporário que leve à cura
absoluta. A maioria precisará usar remédio durante toda a vida ou então se submeter a um transplante de fios.
As drogas mais novas são a finasterida
(lançada há seis anos) e 17-alfa-estradiol,
disponível no mercado há menos de dois
anos. Ambas as drogas impedem que o
DHT (substância que faz o cabelo diminuir e ficar mais fino) se acumule nos folículos capilares, por isso conseguem parar o processo de miniaturização na quase totalidade dos casos e, em alguns, chegam a reverter o quadro -os folículos
voltam a produzir fios saudáveis. A finasterida deve ser ingerida e exige acompanhamento rigoroso (ela é processada no
fígado, um órgão muito sensível). Além
disso, pode causar queda na libido. Já o
17-alfa-estradiol é de uso local, por isso
não causa esses efeitos colaterais, mas sua
ação e eficácia a médio e longo prazos
ainda estão em estudo.
Para quem quer resultados rápidos e não
se incomoda com seringas, há a mesoterapia, um tratamento ainda pouco difundido no Brasil. Com uma agulha de 4
mm, o médico injeta substâncias como a
finasterida e o 17-alfa-estradiol diretamente no couro cabeludo do paciente.
Essas aplicações devem ser feitas quinzenalmente, pelo resto da vida. Há também
produtos mais antigos, como o minoxidil
-hoje usado em conjunto com as drogas mais modernas ou quando o caso não
é grave- e complementos com vitaminas B6, ferro e zinco.
Para quem já está com a calvície instalada, a melhor opção é o transplante, afirma o dermatologista Vítor Reis, do Hospital das Clínicas (SP). Ao contrário do
que ocorria antigamente, o resultado é
natural, pois não se usam mais fios sintéticos. Na mais aceita das técnicas atuais, o
médico transplanta unidades foliculares
da nuca para as áreas sem cabelo, que começam a produzir seus próprios fios. O
resultado depende da extensão da calvície. Esse tipo de procedimento não é barato (em torno de R$ 5.000), mas é de baixo risco e a recuperação é rápida, diz o
médico Álvaro Ney Bonadia.
Alopecia aerata
Falhas no cabelo que podem aparecer do dia para a
noite podem ser manifestações da alopecia aerata, doença auto-imune que
atinge de 2% a 5% das pessoas. Pode
ser detonada por outras enfermidades, como hipo ou hipertireoidismo,
ou por fatores emocionais, como estresse. Seja qual for o motivo, em algum momento o corpo começa a produzir anticorpos que atacam a produção de cabelos, tornando-os quebradiços. Em geral, a queda é local e repentina. Mas, em alguns casos, é total e até
de todos os pêlos do corpo, gradativamente. É geralmente reversível. Tratamento: corticóides tópicos, cortecosteróides e, desde cinco anos atrás,
imunomoduladores, que bloqueiam o
processo auto-imune.
Alopecia cicatricial
Perda
de cabelo causada por acidentes, cirurgias na cabeça e por algumas doenças, como lúpus eritematoso, uma enfermidade auto-imune que costuma
ocorrer em pessoas com reumatismo.
Quando há uma doença-base, a primeira ação é tratar dela o mais rápido
possível. Quando a alopecia já está
instalada, a única solução é o transplante de fios que tenham sobrado para as partes afetadas. Às vezes, o couro
cabeludo é parcialmente ou completamente destruído.
Eflúvio telógeno
Queda
acentuada do cabelo devido a alterações biológicas temporárias. Após o
parto, por exemplo. "Durante a gravidez, há diminuição de hormônios
masculinos e, por isso, cai menos cabelo. Mas, cerca de quatro meses
após o parto, as taxas já voltaram ao
normal", explica Valcinir Bedin. Pode, então, haver perda maior de fios
ou insatisfação exagerada da mulher
ao perceber que sua cabeleira recuperou o ritmo de queda anterior à gestação. Mas nem sempre o problema é
decorrente de acontecimentos naturais. "Trata-se de uma queda que
acontece de três a seis meses após algum evento importante, como infecção grave, dieta rigorosa e abalo emocional, entre outros", afirma Fabíola
Lucca Perfeito.
Um dos motivos mais recorrentes é a
anemia (que ocorre por perda de ferro, substância essencial para a saúde
do couro cabeludo), resultante, principalmente, de dietas de restrição alimentar rigorosas ou menstruações
muito acentuadas. Por essas razões, o
eflúvio telógeno é mais recorrente em
mulheres.
São freqüentes, além disso, os quadros infecciosos. "No ano passado,
houve no Rio uma crise de dengue.
Com certeza, quatro meses depois,
muita gente começou a notar o cabelo cair", diz Márcio Santos Rutowitsch.
Outros motivos são os desequilíbrios
hormonais, como os que podem
ocorrer na supra-renal e na tireóide, e
síndromes como a do ovário policístico, que aumenta as taxas de andrógenos.
Não existe tratamento-padrão para a
doença. Algumas vezes, a cura acontece naturalmente. Segundo os médicos, é preciso fazer exame de sangue
para verificar o nível hormonal e descobrir a causa-base. Se ela for diagnosticada e tratada, as chances de recuperação são de 100%.
Alopecia traumática
Cabelo também responde a agressões.
Quando ele sofre muitos apertos e repuxões, pode ficar quebradiço e começar a cair. Trata-se da alopecia
traumática ou por tração, muito comum em indivíduos de cabelo muito
crespo, que fazem alisamento excessivo ou puxam demais o cabelo para
trás, diz o dermatologista Francisco Le
Voci. Procedimentos estéticos como
trança e rabo-de-cavalo freqüentes,
lenço na cabeça, fazer escova, massagens intensas ou pente quente também podem levar ao que Joana D'Arc
Diniz chama de alopecia cosmética.
Essa variante não chega a afetar a raiz,
mas a haste do fio, por isso o tratamento é simples: basta usar o bom
senso e não maltratar o cabelo.
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