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Ingrediente
Magro e nutritivo, peru é superalimento
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Natal sem peru não é
Natal, ao menos no
Brasil. Segundo Ricardo Maranhão,
professor de história da gastronomia da Universidade
Anhembi Morumbi, a ave já era
consumida em festas populares
no século 18, mas a associação
com a ceia natalina é mais recente. "Principalmente depois
da Segunda Guerra, quando
cresceu a influência dos Estados Unidos, o peru e o Papai
Noel se tornaram símbolos
também por aqui", afirma.
Nativo da América, o peru ganhou o nome do país andino
onde os espanhóis o encontraram pela primeira vez. Nos
EUA, de acordo com Maranhão, é chamado de "turkey"
(Turquia) devido a uma confusão sobre sua origem.
Embora o consumo da ave
inteira se concentre claramente nesta época do ano, o surgimento de novos produtos à base de carne de peru -como
hambúrgueres, embutidos, patês, defumados e salsichas-
permite que ela esteja presente
à mesa do brasileiro ao longo do
ano todo. "Esse mercado está
em expansão porque se trata de
uma carne magra e mais saudável", acredita Gilberto Xandó,
diretor comercial de mercado
interno da Sadia.
Steven Pratt e Kathy Mattews, autores do livro "Superalimentos", não têm por que discordar. Para eles, o peito de peru sem pele é uma das principais fontes de proteína de carne
magra. "Só isso poderia fazer
dele um superalimento; mas o
peru também oferece uma ampla gama de nutrientes, principalmente niacina, selênio, vitaminas B6 e B12 e zinco", escrevem. Além de protegerem o coração, esses nutrientes também ajudam a diminuir os riscos de câncer.
Domesticado há cerca de
4.000 anos, o peru foi bem aceito quando desembarcou na Europa. Documentos atestam sua
presença num banquete oferecido a Catarina de Médici em
1549 e, oito anos depois, no Natal da Inglaterra. Mas em nenhum outro lugar a ave alcançou tanta popularidade quanto
nos Estados Unidos. No Dia de
Ação de Graças, um dos feriados mais importantes daquele
país, o peru é presença indispensável há quase 400 anos.
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