São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
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Ingrediente

Magro e nutritivo, peru é superalimento

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Natal sem peru não é Natal, ao menos no Brasil. Segundo Ricardo Maranhão, professor de história da gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, a ave já era consumida em festas populares no século 18, mas a associação com a ceia natalina é mais recente. "Principalmente depois da Segunda Guerra, quando cresceu a influência dos Estados Unidos, o peru e o Papai Noel se tornaram símbolos também por aqui", afirma.
Nativo da América, o peru ganhou o nome do país andino onde os espanhóis o encontraram pela primeira vez. Nos EUA, de acordo com Maranhão, é chamado de "turkey" (Turquia) devido a uma confusão sobre sua origem.
Embora o consumo da ave inteira se concentre claramente nesta época do ano, o surgimento de novos produtos à base de carne de peru -como hambúrgueres, embutidos, patês, defumados e salsichas- permite que ela esteja presente à mesa do brasileiro ao longo do ano todo. "Esse mercado está em expansão porque se trata de uma carne magra e mais saudável", acredita Gilberto Xandó, diretor comercial de mercado interno da Sadia.
Steven Pratt e Kathy Mattews, autores do livro "Superalimentos", não têm por que discordar. Para eles, o peito de peru sem pele é uma das principais fontes de proteína de carne magra. "Só isso poderia fazer dele um superalimento; mas o peru também oferece uma ampla gama de nutrientes, principalmente niacina, selênio, vitaminas B6 e B12 e zinco", escrevem. Além de protegerem o coração, esses nutrientes também ajudam a diminuir os riscos de câncer.
Domesticado há cerca de 4.000 anos, o peru foi bem aceito quando desembarcou na Europa. Documentos atestam sua presença num banquete oferecido a Catarina de Médici em 1549 e, oito anos depois, no Natal da Inglaterra. Mas em nenhum outro lugar a ave alcançou tanta popularidade quanto nos Estados Unidos. No Dia de Ação de Graças, um dos feriados mais importantes daquele país, o peru é presença indispensável há quase 400 anos.


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