RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma maçã por dia pode manter pessoas saudáveis longe dos consultórios médicos, diz um velho ditado da língua inglesa. Estudos realizados em diversos países comprovam os benefícios do consumo diário da fruta. "Ajuda a reduzir crises de asma, combate os radicais livres devido aos antioxidantes, controla o diabetes tipo 2, tem efeito redutor do envelhecimento da pele, reduz os riscos de sofrer derrames cerebrais e diminui as taxas de colesterol ruim no sangue", afirma Pierre Nicolas Pérès, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã. Pérès ressalta que a casca também deve ser ingerida, pois é ali que se concentram os nutrientes.
A maçã foi uma das primeiras frutas a serem cultivadas e é atualmente a mais importante da Europa, da América do Norte e de outras regiões de clima temperado. Existem de 7.000 a 8.000 variedades, mas só uma pequena parcela tem importância histórica ou econômica.
No Brasil, a produção está concentrada no planalto catarinense e nas serras gaúchas. Atualmente, o país ocupa a 15a posição no ranking mundial, com uma produção de 1 milhão de toneladas -700 mil vendidas in natura. As variedades mais comuns são a gala (mais perfumada, vermelha rajada) e a fuji (mais doce e de coloração vermelha uniforme). Segundo Pérès, a maçã brasileira tem uma vantagem em relação às outras. "Aqui é o único lugar em que é cultivada comercialmente a mais de 1.000 m, o que deixa a fruta mais crocante do que aquelas produzidas em outros lugares", afirma.
O uso da fruta na culinária também é muito antigo, e a maioria dos pratos feitos com maçã conhecidos hoje tem origem remota. O hábito de cozinhá-la com carnes para amaciá-las, por exemplo, comum em vários países, foi registrado no início da Era Cristã.
A torta de maçã, provavelmente a receita mais famosa feita com a fruta, tem muitas variações. A versão norte-americana, que leva massa em baixo e acima do recheio, deriva de uma receita medieval. Já a torta inglesa é normalmente assada com uma grossa camada de massa por baixo e uma crosta fina por cima.
Na França, a torta clássica é finalizada com geléia de maçã no topo. A famosa "tarte tatin", que teria surgido da distração de um cozinheiro, é assada com as maçãs embaixo da massa, servida depois "de cabeça para baixo". Já o "apfelstrudel", presente em regiões de língua alemã, é totalmente fechado, como outras receitas do norte da Europa e da Grã-Bretanha.


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