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Tratamento que é um prazer
GABRIELA SCHEINBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Mulheres com dificuldade para atingir o orgasmo podem contar com uma nova opção de tratamento. Aprovado neste ano pelo FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA), o Eros é uma espécie de vibrador com receita médica: colocado sobre o clitóris, ele aumenta a circulação sanguínea na região, a lubrificação vaginal e
a sensibilidade, facilitando o orgasmo.
A anorgasmia (ausência de orgasmo) é uma das principais disfunções sexuais femininas. Cerca de 29% das mulheres que participaram de um estudo sobre o perfil sexual dos brasileiros, publicado em abril na "Revista Brasileira
de Medicina", relataram dificuldade de atingir o orgasmo. De julho de 2001 a agosto deste ano, o Ibrasexo (Instituto Brasileiro para Saúde Sexual), que mantém
um serviço gratuito de informações sobre sexo, atendeu 2.679
pessoas. Destas, 10% tinham dúvidas sobre esse problema.
O Eros é indicado principalmente para os casos em que a falta
de orgasmo é causada por fator
externo, como o cigarro, ou doença, entre elas arteriosclerose e diabetes, que prejudicam a circulação em todo o corpo, inclusive na
região genital, provocando perda
de sensibilidade no clitóris. "Segundo estudos norte-americanos
com o Eros, a terapia é eficaz em
85% das mulheres diabéticas com
anorgasmia", afirma Márcio
Dantas de Menezes, presidente da
Sociedade Brasileira de Medicina
Sexual (SBMS).
A terapia com o Eros também
traz bons resultados em mulheres
na pós-menopausa ou que estão
deprimidas ou estressadas. "Nessas pacientes, o clitóris fica mais
contraído, o que diminui a área
de atrito e, consequentemente, a
excitação", avalia Menezes.
O tratamento com o Eros dura
três meses. Nesse período, a mulher deve usar o aparelho de três a
quatros vezes por dia. O aparelho,
que possui uma bomba de vácuo,
provoca uma sucção, aumentando a circulação sanguínea local, e
vibra, estimulando o clitóris. "A
partir do segundo mês de terapia,
a mulher já começa a perceber a
diferença", diz Menezes.
O Eros ainda não é produzido
no Brasil. Para adquiri-lo, é preciso comprar o produto importado
dos EUA. E o preço é bem salgado: cerca de US$ 300. "Há médicos brasileiros que estão estudando uma versão nacional do produto, mas isso ainda vai levar algum tempo", diz Menezes.
Mais informações: tel. 0800-4007600;
Ibrasexo: tel. 0/xx/11/3837-0703,
www.ibrasexo.com.br
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