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Apelidos e rótulos podem incomodar
"Nerd", "CDF", "cabeção", "geninho". Apelidos depreciativos como esses são rotina para
muitas crianças superdotadas. Com medo da
segregação e de sentir-se diferentes, não são
raros os casos em que elas negam seus talentos, tirando notas baixas de propósito ou fazendo bagunça na sala de aula, por exemplo.
"Um rótulo é positivo quando ajuda a entender uma questão. É importante saber quais indivíduos se destacam para encaminhá-los a
programas que os ajudem a desenvolver seus
potenciais. Mas nem sempre o superdotado lida bem com essa característica. Como o prefixo "super" remete a alguém com dons raros ou
extremos, muitas vezes a pessoa se sente isolada, nega seu talento ou entra em depressão",
diz a psicóloga Angela Virgolim.
Considerado por muita gente um prodígio
da música, o pianista Pablo Rossi, 17, não se
sente confortável com o rótulo. O catarinense
acumula prêmios nacionais e internacionais e
gravou seu primeiro CD com apenas 11 anos.
"Sei que há um destaque para o meu trabalho,
já que comecei muito jovem, mas não vejo necessidade de colocar esses rótulos. Comigo
eles não combinam. No Brasil, começar tão cedo na música clássica é uma raridade. Mas a
realidade em outros países é outra. Quando
usadas sem medida, palavras como "genial" ou
"maravilhoso" acabam perdendo o valor", diz.
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