São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002
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Sem empatia, psicoterapia não funciona

Quem já fez algum tipo de terapia certamente ouviu falar que a empatia com o profissional é requisito básico para o sucesso do tratamento. A definição do dicionário não ajuda muito. Segundo o "Aurélio", empatia "é a tendência para sentir o que sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa".
Na verdade, ter empatia corresponde a sentir confiança no profissional que vai atendê-lo, e esse sentimento precisa estar presente desde o início do tratamento. Por isso a entrevista com o profissional pode ocorrer mais de uma vez, feita para terapeuta e paciente se escolherem.
Na entrevista, o paciente explica as razões pelas quais está em busca de tratamento e também deve fazer todas as perguntas que tiver vontade sobre o tratamento. Questionar o método a ser empregado, perguntar se o profissional intervém durante a sessão ou se permanece como ouvinte, se o paciente mantém-se deitado ou se pode optar em ficar sentado e encarando o profissional durante a sessão e se há trabalho corporal envolvido, por exemplo, são alguns dos temas.
Não há também razão para sentir constrangimento em perguntar a formação do profissional, a instituição em que estudou e há quanto tempo clinica. Lembre-se sempre de que o terapeuta ou analista também pode se decidir em não aceitar trabalhar com você.
"Várias razões podem levar um profissional a recusar um paciente. Se ele acabou de perder uma pessoa querida, pode não se sentir à vontade para atender alguém cujo sofrimento deriva exatamente de uma perda importante. Ou pode sentir que não dá conta daquele caso e encaminhar o paciente para um profissional mais experiente. Em vez de evidenciar despreparo, essa atitude revela um comportamento ético", diz a psicóloga Maria Carolina Santos.
"Às vezes, as pessoas hesitam em procurar mais, fazer escolhas, mas é preciso ter certeza, porque a escolha adequada é o primeiro passo para um tratamento bem-sucedido. Sem laços de confiança não dá", diz o professor Benilton Bezerra Júnior, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.



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