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INGREDIENTE
Ostra é fonte de ferro, ômega 3 e vitamina B12
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O chef norte-americano Anthony Bourdain, autor do best-seller "Cozinha Confidencial" (ed. Companhia das
Letras, R$ 59,50, 384 págs.),
percebeu que "a comida tinha
poder" aos nove anos, quando
experimentou sua primeira ostra, em uma viagem à França.
Embora nos dois países esses
moluscos bivalves fossem
abundantes já no século 19, no
Brasil trata-se de uma cultura
nova, com cerca de 40 anos. A
espécie mais consumida no
mundo é a Crassostreia gigas,
originária do Japão.
Santa Catarina é o principal
produtor do país. Segundo dados da Seap (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca),
em 2006 o Estado cultivou
3.152 toneladas de ostra, número que viria a cair para 1.155
toneladas no ano seguinte devido à divulgação de uma informação errada sobre um músico
teria morrido por intoxicação
após comer ostras, segundo Felipe Suplicy, coordenador-geral de maricultura do órgão.
Para tentar garantir sua qualidade, é importante checar se
o lote vem de uma fazenda marinha com selo do SIF (Serviço
de Inspeção Federal, concedido pelo Ministério da Agricultura). "Infelizmente, no Brasil
não se tem o hábito de verificar
isso", diz o biólogo Mauro César Campos de Almeida, responsável técnico da Fazenda
Marinha Atlântico Sul, de Florianópolis (SC).
Depois que é retirada do
mar, a ostra permanece viva
por três a cinco dias. Para conservá-la, deve-se deixar sua
parte côncava voltada para baixo, a fim de formar um depósito para a água do mar. "Se ela
perde essa umidade, desidrata
e começa a morrer", diz Almeida. O ideal é mantê-la em uma
temperatura entre 8ºC e 15ºC.
A partir do quinto dia, o indicado é cozinhá-la e congelá-la.
Embora seja mais apreciada
fresca, há quem torça o nariz
para sua textura gelatinosa.
Nesse caso, a chef Bella Masano, do Amadeus, sugere cozinhá-la na manteiga com alho e
salsa. "Mas, para mim, comer
uma ostra fresca é o mais próximo que podemos estar da
praia em São Paulo", diz.
Disponível ao longo do ano
todo, a ostra vai mudando de
sabor. "Tem época em que está
mais gorda e adocicada; em outras, fica mais magra. A fase
ideal são os meses de agosto a
novembro, em que está mais
saborosa, gorda e equilibrada",
explica Almeida.
Com fama de alimento afrodisíaco, as ostras são ricas em
zinco, um mineral essencial para o corpo humano que auxilia
na produção de esperma. Em
50 g de carne, quantia equivalente a aproximadamente dez
ostras, há 40 calorias, 8 mg de
vitamina B12 e 2,5 mg de ferro,
mais que o dobro da carne de
vaca. Também é fonte de ômega 3, que protege contra doenças cardiovasculares.
Se essas qualidades não impressionam, é melhor partir
para outra. Afinal, as pérolas
não são produzidas pelas espécies de ostra encontradas aqui.
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