São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2000
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Se não há tendência genética, é o excesso de gordura na dieta que aumenta as taxas de colesterol em crianças e adolescentes
Colesterol também é problema de jovem

DA REPORTAGEM LOCAL

Cada vez mais surgem pacientes com pouca idade e muita gordura no sangue, dizem os especialistas. E, se a predisposição genética for descartada como razão da doença, a culpa vai para dietas inadequadas. Para o médico Jayme Diament, especialista em colesterol e triglicéride, "a má alimentação tornou-se um hábito comum principalmente entre adolescentes e crianças."
A atenção deve ser dobrada quando a doença é causada por herança genética, pois é nesse caso que os níveis de colesterol são mais altos. "Como a produção de colesterol é própria do organismo e em níveis altos, a doença é mais lesiva", afirma o endocrinologista e professor da Unifesp Antonio Roberto Chacra.
Uma criança, por exemplo, deve ter uma taxa de colesterol entre 170 e 180; já nos adultos, ela deve variar de 200 a 240. Para prevenir complicações, o endocrinologista Alfredo Halpern aconselha exames a partir dos 10 anos para crianças que já tenham histórico na família.
O colesterol é um tipo de gordura sintetizada no fígado que é necessária para o funcionamento do organismo. Parte dela é fabricada pelo corpo, e outra vem da gordura saturada existente em alimentos de origem animal (carnes, leites e derivados, gema de ovo) e vegetal (manteiga de cacau, por exemplo). Em excesso, a gordura se deposita nas artérias e causa entupimento, o que pode provocar problema cardíaco ou derrame cerebral.
O entupimento das artérias é mais grave em pacientes jovens porque, segundo o endocrinologista Antonio Roberto Chacra, ele lesa mais o coração novo, o qual, ao contrário do velho, não desenvolveu nenhum tipo de autoproteção. A tese foi comprovada por uma pesquisa feita na Northwestern University, dos EUA, em que homens com menos de 40 anos de idade e colesterol alto apresentaram maior risco de desenvolver doenças cardíacas. Segundo o estudo, cada vez que o colesterol de um jovem sobe 40 pontos, as chances de haver problemas cardíacos são duplicadas.


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