São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2000
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s.o.s. família

Vaidade infantil e falta de educação

Rosely Sayão

Outro dia, a mãe de uma garota pequena observou que as crianças de hoje já se mostram muito vaidosas e ela estava interessada em saber como esse fato pode influenciar a vida dessas crianças. Na mesma hora, lembrei-me de uma reportagem recente em que Xuxa declarou o estilo de se vestir escolhido pela filha, de 2 anos, e as grifes preferidas dela. Ora, não vamos nos enganar: isso não se chama vaidade. Uma criança que escolhe determinado tipo de roupa, que se preocupa com a aparência como um adulto, que se mostra "vaidosa", nada mais está fazendo do que atender a vontade da mãe. Afinal, quem compra as roupas para essas crianças? Quem espera que reajam assim? Depois não é de estranhar que crianças a partir de 5, 6 anos queiram fazer curso de manequim e sonhem em ser dançarinas de grupos de música! Mais tarde, na puberdade, as que aprenderam a se relacionar a partir da aparência sofrem com as transformações do corpo e, não raro, apresentam distúrbios alimentares provocados pela tentativa de manter baixo peso. E os meninos, então, que passam a se preocupar com todas as medidas do corpo? Que pena que nossas crianças estejam agindo como adultos. Basta dar uma passeada pelos programas de TV para ver crianças dançando como adultos, fazendo perguntas adultas, querendo coisas que os adultos querem que elas queiram. Depois dizem que as crianças carecem de limites! Que vida mais limitada elas estão tendo, isso sim: quase não brincam à vontade, têm uma agenda cheia, sonham em ser modelo, atriz ou apresentadora, dizem que namoram aos 7 anos, estimuladas pelos pais. Que pena que nossas crianças estejam agindo como adultos. Basta dar uma passeada pelos programas de TV para ver crianças dançando como adultos, fazendo perguntas adultas, querendo coisas que os adultos querem que elas queiram. Depois dizem que as crianças carecem de limites! Que pena que nossas crianças estejam agindo como adultos. Basta dar uma passeada pelos programas de TV para ver crianças dançando como adultos, fazendo perguntas adultas, querendo coisas que os adultos querem que elas queiram. Depois dizem que as crianças carecem de limites! Que pena que nossas crianças estejam agindo como adultos. Basta dar uma passeada pelos programas de TV para ver crianças dançando como adultos, fazendo perguntas adultas, querendo coisas que os adultos querem que elas queiram. Depois dizem que as crianças carecem de limites!Que pena que nossas crianças estejam agindo como adultos. Basta dar uma passeada pelos programas de TV para ver crianças dançando como adultos, fazendo perguntas adultas, querendo coisas que os adultos querem que elas queiram. Depois dizem que as crianças carecem de limites! E muitas mães imaginam que estão "respeitando" os filhos quando permitem que eles façam o que querem ou o que dizem querer. Não, não é isso que significa respeitar uma criança. Isso significa não educar a criança, não intervir na formação dela. Lembro-me muito de um pai que me disse que a tarefa mais importante na vida dele, e mais difícil também, era educar os filhos. Se uma criança não é orientada, se não é contida, não consegue viver como criança nem tem como crescer saudável.


ROSELY SAYÃO é psicóloga, consultora em educação e autora de "Sexo é Sexo" (ed. Companhia das Letras); e-mail: roselys@uol.com.br

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