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SAÚDE
Cigarro eletrônico não é tratamento
IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Parar de fumar fumando é o sonho de consumo dos fumantes. E há
sites na internet que
prometem exatamente isso:
vendem o cigarro eletrônico
como uma forma de fumar sem
prejudicar a saúde e sem importunar as pessoas. O produto
é anunciado como um tratamento antitabagismo altamente eficaz. Mas há uma semana a
OMS (Organização Mundial da
Saúde) lançou um alerta, desaconselhando o método.
"Da forma como [o produto]
está sendo comercializado, é
um engodo", afirma Paula
Johns, diretora da ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).
Não há nenhuma evidência
científica sobre sua segurança e
ele não pode ser apresentado
como tratamento. "Há um consenso brasileiro sobre os tratamentos aprovados, e esse cigarro não está incluído", diz Johns.
Há pelo menos um site brasileiro vendendo a engenhoca como tratamento. Por R$ 380, entrega-se o produto em qualquer
lugar do país. Basicamente, é
um tubinho de aço com um cartucho de nicotina, que é aspirada com vapor d'água em quantidades determinadas.
Sergio Ricardo Santos, coordenador do PrevFumo, núcleo
de prevenção ao tabagismo da
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo), diz que o grande
problema é que o método mimetiza o ritual do ato de fumar.
"Outras formas de reposição de
nicotina, como adesivos ou goma de mascar, não são prazerosas. O cigarro eletrônico é e,
portanto, não atua nos gatilhos
comportamentais que estimulam a vontade de fumar. E dificilmente alguém abandona o
cigarro sem mudar o seu comportamento em relação a ele."
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