São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2007
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Ingrediente

Abobrinha fica mais saborosa nesta época do ano

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As atuais ondas de ar seco não trazem muitos motivos para comemorações. Entre outros transtornos, fazem a qualidade do ar piorar e diminuem o nível de água nos reservatórios. Mas, para os apreciadores da abobrinha, a baixa umidade atmosférica tem ao menos um lado positivo. "É ideal para o ingrediente, que fica especialmente saboroso nessa época", diz Alessandro Nicola, professor de gastronomia do Centro Universitário Senac.
Boa hora, então, para aproveitar o vegetal que, talvez por ser tão comum e ter sabor extremamente suave, muitas vezes passa despercebido à mesa.
Mas a abobrinha não é tão trivial assim e tem lá seus paradoxos. Para começar, apesar de ser tratada na culinária como um legume, biologicamente é considerada um fruto. E, embora seja relacionada à cozinha mediterrânea e, particularmente, à italiana, é originária das Américas.
Da mesma família que a melancia e o pepino, tem inúmeras variedades. As mais conhecidas por aqui são a brasileira (ou menina) e a italiana ("zucchini"). "A italiana é mais doce e mais firme. Mas, basicamente, as formas de preparo e o sabor são os mesmos", diz Nicola.
Versátil, o ingrediente pode ser preparado de quase todas as maneiras -serve até para fazer doces. "Nos EUA, eles fazem o "zucchini bread", um bolo que leva também nozes e chocolate, e o resultado é surpreendentemente bom", conta Nicola.
Crua, entra em saladas. Cortada em lâminas e frita no azeite, é um antepasto popular. Além, é claro, de ser indispensável em receitas tradicionais, como o "ratatouille" francês ou a abobrinha recheada com carne moída da cozinha árabe.
Até suas flores são comestíveis. Quando firmes e apenas entreabertas, podem ser empanadas em uma massa leve, quase um tempurá. "É um prato popular na Itália", diz Rafael Lemos de Almeida, autor da receita ao lado.
No Brasil, a flor da abobrinha é pouco usada na culinária: por ser muito frágil, sua comercialização é complicada, o que a torna rara no mercado. A solução é plantar abobrinha no quintal, se você tiver um. O cultivo é tido como fácil, e a produção costuma ser abundante.
De acordo com a nutricionista Lara Natacci Cunha, da USP (Universidade de São Paulo), a abobrinha é composta basicamente de água (o líquido representa 93% de sua composição). "Ela também possui alguns minerais, como cálcio e fósforo, e uma certa quantidade de vitaminas A, C e do complexo B, além de ser bem pouco calórica (27 calorias/100 g)", diz Cunha.


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