Entre asmáticos, a tal "mania de limpeza" até faz parte do tratamento. Isso porque, embora o problema esteja ligado, na maioria das pessoas, a uma condição genética, o ambiente também tem um papel importante no desencadeamento da doença, segundo a alergista Fátima Emerson, da Abra (Associação Brasileiro de Asmáticos). "Para ter asma, é preciso ter uma predisposição genética e estar exposto a uma série de fatores ambientais como a poeira domiciliar, composta também por ácaros", afirma a médica.
Considerados os principais inimigos de quem tem asma ou rinite alérgica, os ácaros eliminam um tipo de proteína que, ao ser inalada, promove alergia em pessoas sensíveis -substâncias presentes em suas salivas e no resto de seus corpos têm o mesmo efeito.
Para diminuir o contato com esses alérgenos, o cuidado começa pelo quarto, que não pode ter bichos de pelúcia nem estante com livros. A cama deve ficar afastada da parede e os travesseiros e colchões precisam ser cobertos com capas impermeáveis. Roupas de cama devem ser lavadas uma vez por semana com água quente e peças que ficaram no guarda-roupa durante muito tempo precisam ser lavadas antes do uso.
A casa precisa ser limpa diariamente com um pano úmido. Os pisos, aliás, devem ser laváveis -carpetes e tapetes concentram muita poeira. O mesmo acontece com as cortinas de tecido: em seu lugar, entram persianas feitas com algum material que permita a limpeza com um pano úmido.
Mesmo assim, a faxina tem limites: desinfetantes e produtos de limpeza com odor forte, por exemplo, devem ser evitados, assim como vassouras e espanadores, que "levantam" a poeira. "O odor de alguns produtos de limpeza pode provocar irritação do aparelho respiratório e piorar a asma", avisa Emerson.
Sabonetes com ação antibacteriana também são contra-indicados. "Crianças alérgicas podem também apresentar uma dermatite atópica, caracterizada por pele ressecada, coceira e erupções. Esses produtos tendem a aumentar o ressecamento e provocar irritação", avisa a médica.


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