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Cientistas brasileiros estudam vacina contra melanoma, que pode ser provocado pelo sol
Vacina é arma contra câncer
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O uso de vacinas para tratar alguns tumores malignos é um
dos temas de destaque do 16º Concan (Congresso brasileiro de Cancerologia)/13º Sboc (Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica), que começou ontem e termina no próximo domingo, em São Paulo. Ainda em fase de
teste, essa terapia é considerada uma
das estratégias promissoras na luta
contra o câncer, que é segunda maior
causa de morte por doenças no mundo
-a primeira são os distúrbios cardiovasculares.
Diferentemente das tradicionais, as
vacinas para o tratamento de câncer
não são preventivas. Elas são empregadas quando a doença já está instalada.
O câncer ocorre quando há células que
se dividem de maneira desordenada,
invadindo os tecidos vizinhos. Essas células alteradas também "enganam" o
organismo, que não as combate. Segunda a oncologista Nise Hitomi Yamaguchi, do hospital Sírio Libanês (SP) e presidente do Concan, as vacinas alertam
os linfócitos (células do sistema imunológico) sobre o ataque das células cancerígenas. "As vacinas interferem no
sistema imunológico do paciente, aumentam a sua imunidade e podem diminuir o tamanho do tumor, impedir
seu crescimento e até exterminá-lo,
além de bloquear metástases. Acho que
elas estarão disponíveis daqui a cinco
ou dez anos", afirma.
Em São Paulo, foram realizados dois
estudos com bons resultados. A vacina
desenvolvida pela cirurgiã oncologista
Débora Castanheira, do Hospital do
Câncer, foi eficaz contra o melanoma,
câncer de pele que, em estado avançado, possui poucas opções de tratamento. Entre os 39 pacientes que foram vacinados, oito (32%) apresentaram redução do tumor; em dois, o câncer desapareceu.
A pesquisa com uma vacina contra
melanoma e câncer renal, que foi coordenada por José Alexandre Marzagão
Barbuto, professor do Instituto de
Ciências Biomédicas da USP e consultor do laboratório de patologia cirúrgica e molecular do Sírio Libanês, apresentou resultado ainda melhor. Segundo ele, "80% dos pacientes que receberam a vacina apresentaram estabilização da doença por um período de três
meses a dois anos".
Além das vacinas, outras possíveis
opções para o tratamento do câncer estão sendo discutidas no 16º Concan/13º
Sboc. Entre elas, estão os indutores de
apoptose -drogas que induzem a
morte das células ao agir sobre seu
DNA- e os fatores antiangiogênicos
(que bloqueiam o fluxo sanguíneo para
o tumor).
(KARINA KLINGER)
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